Seria
cômica se não fosse trágica a declaração do secretário de Saúde, Ricardo Murad,
atribuindo a responsabilidade à Prefeitura de São Luís pela superlotação dos
Socorrões I e II e da fila de pacientes nos corredores dos hospitais à espera
de cirurgias.
A declaração beira
o ridículo porque até os canhões do Palácio dos Leões sabem que o colapso no
sistema de saúde municipal ocorre devido ao simples fato de que 70% dos
pacientes em corredores nas unidades de saúde municipais são provenientes do
interior do estado. É isso mesmo que você leu.
Gente que deveria
estar sendo atendida pelos 72 hospitais anunciados por Ricardo Murad e Roseana
Sarney para serem entregues e funcionarem ainda em 2010. Mas, que três anos
depois, apenas 29 foram concluídos e vários são os relatos de que parte destes
funcionou apenas no dia da inauguração e depois fechou as portas.
Bom, mas se fosse
apenas essa a dívida do governo Roseana Murad com a população do estado ainda
teria jeito. O problema é que em São Luís tem vários hospitais foram fechados
para reformas intermináveis. E O mais emblemático deles é o PAM Diamante. Há
anos, desativado.
Pois bem, se nada
disso for suficiente para desmascarar a farsa da saúde britânica inventada por
Ricardo Murad ainda tem a seguinte equação: o município de São Luís, conforme
preconiza o Sistema único de Saúde (SUS) deveria ser o gestor pleno de saúde.
Portanto, deveria
gerenciar o sistema de exames e leitos nas unidades de saúde conveniadas ao SUS
na capital. Ocorre que a regulação do Sistema de Saúde na capital é realizada
por instituições das três esferas: federal (Hospital Universitário), estadual
(SES) e municipal (Semus), o que fere as determinações do próprio Ministério,
criando três centrais de regulação diferentes, gerando dificuldades na gestão
da estrutura.
Resumo da ópera: o
município de São Luís é responsabilizado por tudo de ruim que acontece na
saúde, ou seja, 100% de atendimento, quando recebe apenas 45% do bolo
orçamentário do setor. Os outros 55% são divididos entre o governo do Estado e
o hospital universitário do governo federal.
Ambos ficam com a
perfumaria, enquanto a Prefeitura de São Luís carrega sozinha a cruz pela
péssima prestação de serviços de saúde no Estado.
Assim fica fácil
Ricardo Murad atirar pedras e anunciar que vai fazer com o dinheiro da saúde o
que é feito com os recursos da comunicação.
Do blog do jorge vieira
Nenhum comentário:
Postar um comentário