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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

OAB-MA pede indenização de R$ 100 mil a vítimas de ataques a ônibus

A OAB-MA (Ordem dos Advogados do Brasil) e Conselho Federal da OAB moveram ação contra o governo Estado do Maranhão, nesta quarta-feira (29), em que pedem que a Justiça Federal determine a indenização de R$ 100 mil às cinco vítimas dos ataques a ônibus, ocorridos na região metropolitana de São Luís, no último dia 3. Uma criança de seis anos morreu com 95% do corpo queimado e duas pessoas ainda estão internadas em estado grave.
ação pede ainda que tanto as famílias das vitimas dos ataques quanto as dos 64 presos assassinados no complexo penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, que foram mortos de 2013 até agora, também sejam indenizadas.
Segundo a ação da OAB, além da indenização, deverá ser acrescido o pagamento de pensão vitalícia de um salário mínimo mensal para as vítimas e famílias dos mortos.
O presidente da OAB-MA, Mário Macieira, afirmou que a ação também pede sejam efetivadas melhorias no sistema prisional maranhense, como a abertura de novas vagas no sistema prisional, para preservar o direito à integridade física e moral dos presos.
"Existe a necessidade de separar presos provisórios dos presos com condenação definitiva, pois os novatos que ingressam no sistema são forçados a integrarem facções criminosas para não serem assassinados", disse Macieira.
O presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado, afirmou que a entidade está exigirá atitudes reais para solucionar a crise no sistema prisional do Maranhão. "Não aceitamos promessas. É necessário que os gestores deem ênfase à questão prisional porque hoje há um descaso dos governantes com o sistema carcerário", afirmou.
A OAB ainda destacou sobre o problema da terceirização da segurança dos presídios do Estado e reforçou na ação a necessidade de realização de um novo concurso público.
Atualmente, o sistema prisional do Maranhão tem 382 agentes penitenciários, mas existem 1.500 prestadores de serviço terceirizados trabalhando nos presídios. No último dia 18, o Estado anunciou a nomeação de 80 candidatos aprovados no concurso de agente penitenciário, realizado em 2013, que destinava apenas 41 vagas.

Detento morre após ser espancado em presídio de Balsas


Um detento da unidade prisional de ressocialização de Balsas, que teria sido espancado dentro da cela, no último domingo (26), morreu na noite dessa terça-feira (28) em Imperatriz. O caso está sendo investigado pela polícia civil de Balsas, que já identificou três suspeitos de cometer o crime.
Valdiano Fernandes da Silva, 27 anos, foi preso em Fortaleza dos Nogueiras, depois de ter assaltado uma pessoa. O preso espancado foi socorrido pelo Samu em Balsas e levado para o hospital municipal de Imperatriz em estado grave. Ele morreu na tarde desta terça-feira. Após ser levado ao Instituto Médico Legal, o corpo foi liberado para a família.
Com o caso, sobe para cinco o número de mortes no sistema prisional do Maranhão somente no primeiro mês do ano de 2014. No dia 22, um detento foi encontrado morto no Centro de Ressocialização de Presos de Santa Inês.
O agente penintenciario Jomar de Oliveira estava trabalhando na manhã do último dia 25 quando percebeu a ação dos presos. O delegado regional de Balsas, Eduardo Galvão, diz que o caso já começou a ser investigado. Tres suspeitos do crime já foram identificados.
Por meio de nota, a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) afirmou que um inquérito foi instaurado. COnfira a íntegra da nota abaixo:
A Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) informa que o detento Valdiano Fernandes da Silva, de 27 anos, que cumpria pena na Unidade Prisional de Ressocialização (UPR) de Balsas, morreu em hospital de Imperatriz, na noite desta terça-feira (28). Inquérito foi instaurado na 11ª Delegacia Regional de Balsas para apurar o caso.
De acordo com a direção da UPR de Balsas, na manhã do domingo (26), durante uma briga entre presos, o detento Valdivino Fernandes foi espancado por outros quatro companheiros, tendo sido socorrido por agentes penitenciários de plantão.
Valdiano Fernandes da Silva foi levado para hospital em Balsas e, depois, transferido para Imperatriz, mas não resistiu aos ferimentos.

Maranhão rico: Em meio a crise de segurança, Roseana lança publicidade nacional sobre o 'novo MA'



As peças foram produzidas pela agência Phocus, uma das quatro empresas que atendem a conta do governo maranhense. Ela recebeu R$ 10,1 milhões da Secretaria de Comunicação Social em 2013, segundo o Portal da Transparência estadual.

DIÓGENES CAMPANHA
DE SÃO PAULO

Em meio a uma das piores crises de segurança do país, o Maranhão lançou na primeira semana de janeiro uma campanha publicitária nacional para atrair investimentos para o Estado e exaltar obras da gestão Roseana Sarney (PMDB).

Em comerciais de um minuto, o governo diz que "grandes transformações constroem um novo Maranhão" e que o Estado é motivo de "orgulho". As peças estão sendo exibidas nos canais por assinatura GNT, GloboNews e Sportv.

Os anúncios destacam investimentos de R$ 3,8 bilhões em infraestrutura para atrair indústrias ao Estado, além de obras nas áreas de educação e de saúde.

A estreia da campanha coincidiu com o período dos ataques a ônibus e delegacias na região metropolitana de São Luís que resultaram na morte de uma menina de 6 anos no último dia 6.

A ordem para os atentados, segundo o governo, partiu do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde 63 presos foram mortos desde 2013, muitos deles decapitados, conforme revelou a Folha.

Quando falou sobre o assunto, no dia 9, Roseana disse que a violência havia aumentado porque o Maranhão estaria mais rico.

"É um Estado que está se desenvolvendo, que está crescendo. E um dos problemas que está piorando a segurança do nosso Estado é que nosso Estado está mais rico, mais populoso também", afirmou a governadora na ocasião, no último dia 9, em sua primeira entrevista sobre a onda crimes.

Apesar da declaração, o Estado tem um dos piores índices sociais do país.

Presos em cadeia superlotada no MA, que não faz parte do complexo de Pedrinhas Leia mais

'ESTRANHEZA CONTRA O MARANHÃO'

O secretário de Comunicação Social do Maranhão, Sérgio Macedo, disse que a campanha estava sendo planejada desde outubro, antes da crise do sistema prisional, segundo ele.

A própria Roseana, no entanto, já declarou que os problemas em Pedrinhas se acirraram a partir de setembro –a Força Nacional de Segurança Pública chegou ao Estado no mês seguinte. "Até setembro, Pedrinhas tinha 39 mortes. Em 2012, tinha quatro mortes. Então, até setembro, 39 estava dentro do limite que se esperava", disse a peemedebista, afirmando que as mortes no local aumentaram no segundo semestre.

Macedo afirmou ainda que o Estado está tentando "vender sua estrutura" para atrair negócios. "Todo Estado faz isso, mas quando o Maranhão faz causa essa estranheza toda. Vocês têm que se libertar dessa visão de que o Maranhão nasceu para ser pobre", criticou.

No segundo semestre de 2013, o governo Roseana adotou o slogan "Você tem muitos motivos para se orgulhar do novo Maranhão". Neste ano, ela tentará eleger como sucessor o secretário de Infraestrutura, Luis Fernando Silva (PMDB), e pode ser candidata ao Senado.

O titular da Comunicação afirmou que os comerciais atualmente no ar tiveram um custo de produção estimado em R$ 300 mil, que não inclui a compra do espaço nos três canais fechados. Esses valores, segundo o governo, serão apurados após o término da veiculação, no final do mês. Uma segunda fase da campanha, com a veiculação de novas inserções publicitárias, está em estudo.

As peças foram produzidas pela agência Phocus, uma das quatro empresas que atendem a conta do governo maranhense. Ela recebeu R$ 10,1 milhões da Secretaria de Comunicação Social em 2013, segundo o Portal da Transparência estadual.

Em dezembro passado, as quatro agências –Phocus, Canal Comunicação, VCR e AB Propaganda e Marketing– venceram concorrência de R$ 32 milhões para continuar atendendo a gestão Roseana.

A lei orçamentária do Maranhão prevê R$ 42,5 milhões para divulgação das ações governamentais em 2014. O secretário, no entanto, disse que a verba programada para publicidade institucional neste ano é de R$ 22,5 milhões.



DA FOLHA