Brasília
- Os ministros do Trabalho e Emprego (MTE), Manoel Dias, e da Educação (MEC),
Aloizio Mercadante, assinaram nesta terça-feira (17) acordo de cooperação
técnica que institui o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec) na modalidade Trabalhador.
A
partir de março do ano que vem, serão ofertadas 500 mil vagas de formação e
qualificação profissional para trabalhadores desempregados cadastrados no
Sistema Nacional de Emprego (Sine), 250 mil vagas para o ProJovem Trabalhador,
que atende a pessoas entre 18 e 29 anos, e 150 mil vagas para o Programa
Aprendizagem, para jovens entre 15 e 24 anos.
Com o acordo, os
repasses para ações de qualificação profissional destinados pelo MTE a
organizações não governamentais (ONGs) e organizações da sociedade civil de
interesse público (Oscips) deixarão de existir a partir do ano que vem.
A
medida é anunciada três meses após a Operação Esopo, deflagrada em setembro pela Polícia Federal,
que revelou esquema de fraudes em licitações do MTE, com prejuízos estimados em
R$ 400 milhões aos cofres públicos.
A operação policial
investigou convênios do Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania
(IMDC), uma Oscip, que prestava serviços de qualificação profissional de
trabalhadores. As investigações levaram à exoneração de três servidores do
Ministério do Trabalho, à substituição do secretário de Políticas Públicas e ao
pedido de demissão do secretário executivo da pasta, Paulo Roberto Pinto.
Segundo Manoel Dias,
apenas os convênios com o Sine e com o Programa de Economia Solidária do Plano
Brasil sem Miséria serão mantidos. Dois convênios do MTE no modelo antigo – um em
andamento no Rio de Janeiro e outro em São Paulo, que terminam em abril de 2014
– não serão renovados. “Estamos fazendo uma profunda mudança no ministério para
ter transparência total. Para combater a corrupção, só com transparência
total”, disse.
O ministro da Educação
informou que o MEC não tem convênio com ONGs e Oscips para ensino
profissionalizante. “No Pronatec, pagamos por matrícula, por meio de
transferência direta para a instituição ofertante do curso: os institutos
tecnológicos federais, o Sistema S e as instituições estaduais de formação. A
gente não deve liberar recursos para aquilo que a gente não consegue
fiscalizar”, disse Mercadante.
No Pronatec Trabalhador
serão ofertados 840 cursos técnicos e de formação continuada. “Não são cursos
escolhidos aleatoriamente. O Ministério do Trabalho fez o mapeamento
considerando as demandas dos estados e municípios e do mercado de trabalho. A
partir desse diagnóstico, o ministério propôs ao MEC as vagas que agora
oferecemos”, disse Manoel Dias.
Agência Brasil