Na manhã desta sexta-feira, 13, foi realizada, na Procuradoria
Geral de Justiça, solenidade em alusão ao Dia Nacional do Ministério Público,
14 de dezembro. Participaram do evento diversas autoridades entre promotores e
procuradores de justiça, deputados estaduais e federais e senadores. A
comemoração foi acompanhada também por servidores do Ministério Público. Antes
da cerimônia, foi realizado o hasteamento das bandeiras.
O evento foi marcado pelas homenagens aos parlamentares da
bancada maranhense, que contribuíram para a derrubada da Proposta de Emenda
Constitucional nº 37 (PEC nº 37). Eles receberam o diploma e a medalha Ordem ao
Mérito da Associação do Ministério Público do Estado do Maranhão (Ampem).
Na solenidade, a procuradora geral de justiça, Regina Lúcia de
Almeida, relembrou a luta do Ministério Público brasileiro, em 2013, contra a
PEC 37, que terminou obtendo o amplo apoio da população. "Não poderíamos
deixar de agradecer à sociedade, pela autêntica e gigantesca manifestação
popular. O povo abraçou a causa do Ministério Público brasileiro, dando-lhe um
voto de confiança".
A procuradora-geral destacou, ainda, o esforço da instituição no
enfrentamento à corrupção, principalmente dos gestores públicos. "Temos
que atuar com todos os mecanismos de controle e dizer um não à corrupção".
Antes, o presidente da Ampem, José Augusto Cutrim Gomes, também
destacou o empenho da instituição e da sociedade para a rejeição da PEC 37.
"A ideia da proposta era acabar com o Ministério Público. O combate à PEC
37 nos ensinou que temos que ter coragem, lutar sempre".
O promotor de justiça enumerou, ainda, todas as etapas da
mobilização contra a PEC 37, incluindo as reuniões com a imprensa e com os
movimentos sociais, as audiências com a população e as autoridades no interior
do estado e as manifestações em Brasília. "Entramos no Palácio do Planalto
com mais de 2.500 membros do MP", lembrou.
Além de Regina Rocha e José Augusto Cutrim Gomes, compuseram a
mesa o corregedor-geral do MPMA, Suvamy Vivekananda Meireles, o procurador de
justiça do MP de São Paulo, Roberto Tardelli, o vice-presidente da OAB,
Valdenio Nogueira Caminha, o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo
Melo, e os senadores João Alberto Souza e Edison Lobão Filho.
Durante a solenidade, receberam o diploma e a medalha da Ordem
ao Mérito da Ampem os senadores João Alberto Souza e Edison Lobão Filho, e os
deputados federais Sarney Filho, Pinto Itamaraty, Cléber Verde, Waldir
Maranhão, Nice Lobão (representada por Edinho Lobão), Carlos Brandão, Costa
Ferreira, Davi Alves Silva Júnior, Alberto Filho, José Simplíco Alves de Araújo
e Sétimo Wakim. Também foram homenageados os deputados estaduais Edilásio
Júnior (representado por seu pai Edilásio Gomes) e Arnaldo Melo.
Do MPMA, foi agraciada com as homenagens a procuradora de
justiça Sandra Lúcia Mendes Alves Elouf.
O deputado federal Davi Alves Júnior discursou em nome dos
homenageados, destacando a importância da campanha movida pelo Ministério
Público contra a PEC 37, que esclareceu à população o retrocesso nas conquistas
constitucionais do país, que poderiam ocorrer, caso a PEC tivesse sido
aprovada. "Talvez tivéssemos aprovado algo que iria mutilar a Constituição
Federal", disse.
PRÊMIO
Na solenidade, foi entregue, ainda, o Prêmio Márcia Sandes aos
promotores de justiça Henrique Hélder de Lima Pinho (1º lugar), Cláudio Luís
Frazão Pinheiro (2º lugar) e Sandro Lobato de Carvalho (3º lugar).
PALESTRA
Como convidado especial do evento, o procurador de justiça do MP
de São Paulo, Roberto Tardelli apresentou a palestra "O MP e os desafios
constitucionais, uma abordagem crítica".
Em seu discurso, o palestrante destacou o apoio dado pela
população brasileira ao Ministério Público, durante o período de apreciação
pelo congresso da PEC 37. "Foi a população brasileira que anunciou aos
donos do poder, que somos importantes. Foi o povo que saiu às ruas para nos
defender. Não há exemplo na sociedade ocidental de um povo defendendo uma
instituição", ressaltou.
Mas Roberto Tardelli questionou as ameaças internas sofridas
pelo Ministério Público, que, segundo ele, atrapalham o desenvolvimento da
instituição, a exemplo da lista tríplice, que impede a eleição livre dos procuradores-gerais
dos MPs brasileiros. "A lista tríplice dá ao réu o direito de escolher o
seu acusador. Por isso, devemos lutar por uma democracia ampla, geral e
irrestrita".
Outro fator citado pelo palestrante, que atrapalharia a atuação
dos membros, é o excesso de burocracia. "Os grandes promotores de justiça
são aqueles que promovem mudanças sociais e não meros carimbadores de
processos".
Por último, o procurador de justiça de São Paulo, que atuou no
Caso Richthofen, destacou a importância da juventude para o avanço do
trabalho do MP e citou o primeiro nome de diversos promotores de justiça do
Ministério Público do Maranhão. "Que jamais percamos a juventude. Quem faz
o MP é a juventude, o frescor", afirmou.
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