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sábado, 1 de novembro de 2014

Mais de 3 mil novos casos de hanseníase no Maranhão

Conforme levantamento realizado pela Organização Mundial de Saúde, Brasil é o primeiro país do mundo em prevalência de hanseníase. Em 2013 foram diagnosticados 31.044 novos casos, sendo destes 3.739 diagnósticos do Maranhão.

O Brasil é também o primeiro país do mundo em hanseníase em crianças menores de 15 anos, tendo 2.439 crianças diagnosticadas em 2013. No Estado do Maranhão o número é de 370. A Organização Mundial de Saúde indica que, para que um país tenha a hanseníase considerada eliminada, ele não pode possuir um índice superior a 10 casos para cada 100.000 mil habitantes.
O coeficiente do Brasil de 2013 fechou em 15,44 pessoas a cada 100.000 habitantes. No Estado do Maranhão os números são alarmantes: 55,03 para cada 100.000 habitantes. São estes dados oficiais da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS-MS).
Dentro do estado, São Luís possui a maior quantidade de casos diagnosticados, contabilizando no total 568 portadores de hanseníase. Em segundo lugar, vem Imperatriz com 167 casos.

Outro desafio para o controle da doença é a sub-notificação de novos casos. Por motivos diversos existem vários diagnósticos que não vão pra os números oficiais do Ministério da Saúde. Os dados mostram que para cada caso da doença diagnosticada existem três casos ocultos. Fala-se então de 100 mil pessoas que estão no Brasil sem diagnostico e tratamento, sendo cerca de 10.000 mil somente no Estado do Maranhão.

Em entrevista a equipe do O Imparcial, o dermatologista Natan Costa alerta sobre a doença e também tranquiliza. “A Hanseníase é basicamente uma doença cutânea. É uma infecção que surge a partir de um contato íntimo prolongado. É importante que a pessoa fique atenta a manchas dormentes na pele, caso ela note algo do tipo deve ir a um posto de saúde. A hanseníase tem cura e, dependendo de casa pessoa, em um ano ela já pode ficar curada”, conta Dr. Natan.

Frei Pedro comenta a importância de se informar mais sobre a doença para que, assim, o preconceito diminua: “Jesus diz que devemos incluir o doente, e não exclui-lo”, diz o Frei referindo-se ao histórico da doença onde as pessoas, antigamente, era presas contra a vontade delas para que fossem isoladas e não oferecessem riscos à sociedade.

“A pessoas precisam abrir seus olhos, seu coração. Na bíblia São Francisco abraça o leproso, dando carinho a ele. A causa do doente é a causa do próprio Jesus Cristo. As pessoas precisam desmistificar a ideia de que a hanseníase é uma maldição”, disse Frei Pedro.
Thiago Flores, membro da Morhan (Movimento de Reintegração das Pessoas), conta que o problema no Maranhão é sério e que é preciso maior divulgação sobre a doença, ações sociais positivas e melhora no saneamento básico da população.

“Primeiramente as pessoas precisam saber que o tratamento da hanseníase é de graça, pode ser realizado em qualquer posto de saúde e que a partir do primeiro comprimido a pessoa já não irá mais transmitir a doença. As pessoas precisam acabar com esse preconceito existente”, informa Thiago.

O membro da Morhan nos conta ainda que existe um plano de projeto para julho do próximo ano, onde se pretende realizar um “multirão dermatológico”. A ideia, segundo Thiago, é levar voluntários da área de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem) para áreas carentes do Maranhão, onde irão oferecer consultas gratuitas.

Número
31.044 novos casos no Brasil
3.739 diagnósticos do Maranhão
568 novos casos em São Luís