SÃO LUÍS – Um levantamento feito pelo Departamento de Polícia
Rodoviária Federal (PRF) mostra que a BR-135, no Maranhão, está entre as
rodovias federais mais críticas durante o ano de 2013. Na lista dos 100 trechos
das rodovias federais mais perigosas do Brasil, aparecem duas rodovias
maranhenses: a BR-135 e a BR-010. Elas foram incluídas nesse levantamento,
principalmente, por causa do índice de acidentes e da quantidade de mortes.
Em São Luís, nos primeiros 10 quilômetros da BR-135 – que
correspondem ao perímetro urbano da rodovia – sete pessoas morreram neste ano.
No trecho, foram 255 acidentes e 96 pessoas feridas. Um dos grandes problemas
enfrentados é a imprudência, bastante comum nas rodovias. Sinalização e
redutores de velocidade foram instalados ao longo da BR-135. No Campo de
Perizes, o trecho passa por modificação para evitar colisões provocadas por
ultrapassagens. A rodovia passa por duplicação, e as obras estão em fase de
terraplenagem e compactação do solo. O primeiro trecho da obra, de 26
quilômetros, vai da Estiva ao município de Bacabeira.
Outro grande problema enfrentado é o péssimo estado de
conservação das rodovias. Na BR-010, os buracos e ondulações no asfalto têm
sido as causas de muitos acidentes no perímetro urbano da rodovia, que passa
por em Imperatriz. Na rodovia federal, três pessoas morreram do Km 250 ao Km
260, onde houve o registro de 162 acidentes, com 131 feridos.
"Estrangulamento"
De
acordo com o inspetor do setor de Comunicação Social da 18ª Superintendência de
Polícia Rodoviária Federal (SPRF) do Maranhão, Júlio Henriques, o estudo
apontou o que grande parte dos motoristas já vem percebendo ao longo dos
últimos anos em São Luís: a rodovia BR-135 é incompatível com o fluxo crescente
de veículos. "Primeiro, que a gente tem um fluxo muito grande. O maior
fluxo do Estado fica na capital. Ela é datada de 1979. Então, imagina quantos
veículos nós tínhamos na capital em 1979 e quanto nós temos hoje. A diferença
é, realmente, gritante. Há um estrangulamento. Esse processo de duplicação já
está até atrasado, mas em virtude do processo, realmente, demora, mas é
fundamental essa duplicação para melhoria do fluxo", disse em entrevista
ao Imirante.com – ouça na íntegra.

Com o término das obras de duplicação da rodovia federal –
previsto para outubro –, no entanto, cresce a preocupação com a imprudência dos
motoristas. "Nós vamos ter, a partir de outubro, a obra pronta. Isso vai
melhorar? Vai, mas se não tivermos barreiras eletrônicas e fiscalização, os
acidentes vão aumentar. É comprovado que pista boa, dia e tempo seco: 80% dos
acidentes graves são nessas condições", sustenta. O inspetor defende a
intensificação de campanhas pela educação no trânsito.
O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (Dnit), Gerardo Fernandes, garante que o cronograma da obra não
deve ser alterado em função do atraso no início dos trabalhos. "A
duplicação tem um cronograma de finalização para outubro de 2014. Houve um
atraso em relação ao início das obras devido aos equipamentos que vão fazer a
parte de fundação de Perizes, que é um equipamento importado da França, mas com
os novos conjuntos de equipamentos que estão chegando, agora, em janeiro, a
gente acredita que tira esse atraso que teve na obra, no maior pedaço da obra,
que são 18 quilômetros", afirma.
Ele explica que a instalação de equipamentos de fiscalização já
reflete na redução dos casos de acidentes registrados na BR-135. "Em São
Luís, no perímetro urbano, foi feita, justamente, a instalação dessas barreiras
eletrônicas e pardais. Com isso, já se nota até uma diminuição no número de
acidentes", completa.
A expectativa é licitar os dois últimos lotes da obra de duplicação
da BR-135 já em janeiro de 2014.
Região Tocantina e outros trechos
Para os motoristas de Imperatriz, uma boa notícia: a travessia
entre a rodovia federal BR-010 deve ser licitada, também, no mês de janeiro.
"Na travessia de Imperatriz, o que vai resolver, mesmo, é a duplicação da
travessia, onde está prevista a construção de oito viadutos, ligando um lado da
cidade ao outro. A cidade cresceu muito. Hoje, a travessia está curta. Então,
essa travessia urbana vai se estender tanto para o lado de Açailândia quanto
para o lado de Itinga. Hoje, a travessia tem cinco quilômetros. Ela vai ficar
com 15 quilômetros de rodovia duplicada na travessia de Imperatriz",
explica o superintendente do Dnit.
Ainda segundo Gerardo Fernandes, na BR-222, que possuía as
curvas mais perigosas no Estado, está em fase de finalização dos trabalhos para
correção de traçados. Em 2014, o terceiro e último lote da rodovia deve ser
licitado. Também será licitado, já no primeiro semestre, os 100 km terrosos da
BR-226.
Do imirante.com