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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Com Dilma, renda da população cresce 3% ao ano e supera a era Lula



Enquanto a maior parte dos principais indicadores econômicos tem se deteriorado nos três primeiros anos do governo Dilma Rousseff, o mercado de trabalho permanece uma exceção, de acordo com dados de diversas fontes, estatais e privadas.
A renda da população teve um crescimento real (acima da inflação) acumulado de 2,6% em 2011, 3,2% em 2012 e outros 3,2% no ano passado, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Na média anual, portanto, o ritmo de crescimento da renda no governo Dilma é de 3%, o que dá mais que o dobro do registrado durante o período do seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva (1,3% ao ano). Isso aconteceu porque, no primeiro ano do ex-presidente, a renda caiu mais de 10%, puxando para baixo a média dos seus oito anos.




Não é possível comparar com o governo Fernando Henrique Cardoso porque o IBGE mudou a metodologia da pesquisa em 2002.
A série histórica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em São Paulo, no entanto, é mais longa. Ela registra que, na média anual, a renda no governo Dilma cresceu mais do que nos dois mandatos de Lula e do que no segundo de Fernando Henrique Cardoso. Por outro lado, avançou em ritmo mais lento do que na primeira gestão de FHC e no período Itamar Franco.





Sempre que cito algum dado sobre o crescimento da renda, boa parte dos leitores diz que seu próprio salário não subiu e que, portanto, os dados estão errados ou manipulados.
Isso acontece provavelmente porque tais leitores devem ser de classe média. O aumento real da renda praticamente só ocorreu na classe baixa (e provavelmente na altíssima, que tem tão pouca gente e por isso não aparece nas pesquisas). Um estudo do próprio IBGE, por exemplo, mostrou que o rendimento da população com nível superior subiu só 0,7% de 2003 a 2012, enquanto o dos que têm até oito anos de estudo aumentou 37%.
Uma pesquisa da consultoria Mercer, citada neste blog, constatou que, nas grandes empresas privadas do país, somente os profissionais de nível operacional (o mais baixo da hierarquia) tiveram aumento salarial acima da inflação em 2013.
Para quem não acredita em pesquisas, nem estatais nem privadas, sugiro fazer o seu próprio levantamento. Tente se lembrar de quanto uma faxineira, um pedreiro ou um pintor cobrava pelo dia há três anos e veja quanto eles cobram hoje. Pergunte ao síndico do seu prédio qual foi o aumento dos porteiros. Caso ande de ônibus, pergunte ao cobrador qual foi o dissídio da categoria.
Desemprego
A taxa de desemprego é outro indicador de que o mercado de trabalho continua aquecido. Ela ficou em 5,4% em 2013, segundo o IBGE, sendo o menor valor desde o início da série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego, em 2002.
O Dieese, que usa outra metodologia, apontou que o desemprego foi de 10,4% em São Paulo no ano passado, a menor desde 1990.
Uma observação a ser feita é que, nos últimos meses, o desemprego tem caído não por causa o aumento do emprego, mas porque o número de pessoas que procuram trabalho está diminuindo.
Segundo o IBGE, em março de 2002, 76% da população que estava fora do mercado dizia não ter interesse em trabalhar. Hoje, 91% afirmam não querer emprego. Não se trata necessariamente de preguiça. Entre essas pessoas, há aposentados e menores de 18 anos, além de donas de casa.
Uma hipótese é de que o envelhecimento da população e o desejo de cada vez maior dos jovens de estender os estudos podem ter contribuído para o aumento da população que não deseja trabalhar. De qualquer maneira, se elas não querem um emprego, não podem ser chamadas de desempregadas.
Quanto menos pessoas estão disponíveis para o mercado, maior a chance de os trabalhadores conseguirem reajustes, pois a disputa por cada vaga fica menor. A população chamada de “nem-nem”, que não estuda nem trabalha, contribui, indiretamente, para o aumento da renda dos demais.
Nos próximos meses poderemos ter uma noção melhor do mercado de trabalho, quando saírem os próximos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (chamada de Pnad Contínua), bem mais ampla que a atual Pesquisa de Emprego. Ela cobre mais de 3.000 cidades do país, enquanto a atual abrange apenas seis regiões metropolitanas.
Perspectiva
O bom momento do mercado de trabalho é ameaçado pelo menos por dois fatores. Primeiro, a alta do dólar torna o preço das mercadorias importadas mais caro. Dessa forma, os assalariados tendem a perder poder de compra.
Em segundo lugar, por causa do aumento da inflação, o Banco Central tem elevado sua taxa básica de juros. Com isso, as empresas ficam menos estimuladas a investir na produção (uma vez que podem ganhar mais com aplicações financeiras) e dessa forma a geração de empregos fica comprometida.
O aumento de juros também afeta o consumo. O crediário fica mais caro e, se o as empresas vendem menos, tendem a contratar menos ou até demitir trabalhadores.
O lado positivo é que o real mais fraco tende a ajudar a indústria nacional na competição com a estrangeira – mesmo que as máquinas importadas fiquem mais caras, os salários ficam mais baixos quando medidos em dólares. A questão agora é se o ganho das empresas com o câmbio vai ser suficiente para traze investimentos e compensar as incertezas do mercado e o custo gerado pelo aumento dos juros.
* Atualização:
Notei que o IBGE destacou no texto de apresentação da Pesquisa Mensal de Emprego um número diferente do que eu usei. A instituição diz que a renda média no ano passado foi 1,8% maior do que em 2012. Ela somou a renda média de todos os meses de 2013 e dividiu por 12. Fez o mesmo com 2012. Depois, dividiu o resultado de 2013 pelo de 2012.
Já eu optei por um caminho diferente. Calculei quanto a renda aumento de dezembro de 2012 para janeiro de 2013, de janeiro para fevereiro etc, até chegar a dezembro de 2013. O resultado foi uma expansão de 3,2% acumulada no ano passado.
De qualquer modo, as duas formas de cálculo levam à conclusão destacada nesta postagem, de que o aumento médio anual da renda nos três primeiros anos do governo Dilma (de 3% ao ano no meu cálculo e 2,9% no do IBGE) foi superior ao registrado no segundo (3,1% no meu cálculo e 3,4% no do IBGE) e no primeiro mandato (-0,5% e -2,1%) de Lula.









Superávit primário do Governo Central somou R$ 75,1 bilhões em 2013


O esforço fiscal do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) encerrou 2013 em R$ 75,1 bilhões, 2,8% acima da meta reduzida de R$ 73 bilhões para o ano passado. A informação foi divulgada, há pouco, pelo Tesouro Nacional. O valor havia sido divulgado no último dia 2 pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, mas os números detalhados só foram apresentados hoje (30). Em dezembro, o superávit primeiro chegou a R$ 14,532 bilhões, o segundo melhor resultado da história para o mês.
O superávit primário é a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública e reduzir o endividamento do governo no médio e longo prazos. Considerando apenas os critérios do Tesouro Nacional, o esforço fiscal somou R$ 77,072 bilhões no ano passado. O montante de R$ 75,1 bilhões corresponde à metodologia aplicada pelo Banco Central, que é levada em conta pela Lei de Diretrizes Orçamentárias e considera a variação do endividamento dos entes públicos.
resultados fiscais dos estados e dos municípios só serão divulgados amanhã (31) pelo Banco Central. Originalmente, a meta de superávit primário do Governo Central correspondia a R$ 108,09 bilhões, mas o governo reduziu esse limite para R$ 73 bilhões para abrir espaço para o aumento dos gastos públicos e para as reduções de tributos usadas para estimular a economia no ano passado.
Na comparação com 2012, quando o superávit primário havia atingido R$ 88,262 bilhões, o esforço fiscal no ano passado caiu 12,7%. Isso ocorreu porque, apesar do crescimento das receitas no ano passado, o governo aumentou os gastos em ritmo maior. Em 2013, as receitas líquidas subiram 12,5%, mas as despesas aumentaram 13,6%.
O crescimento nos gastos foi puxado pelas despesas de custeio (manutenção da máquina pública), que subiram 20,7% em 2013. Isso representa aceleração na comparação com 2012, quando o custeio tinha crescido 16,2%. Por causa de acordos salariais que garantiram reajustes para parte do funcionalismo público, as despesas de pessoal também aceleraram, de crescimento de 3,8% em 2012 para expansão de 8,9% em 2013.
Os investimentos federais, que englobam obras públicas e compra de equipamentos, também aumentaram, mas em velocidade menor: 6,4%. Esse crescimento representa desaceleração em relação a 2012, quando a expansão havia atingido 13%. Mesmo assim, os investimentos terminaram o ano passado em nível recorde: R$ 63,224 bilhões. Os gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) totalizaram R$ 44,2 bilhões em 2013, com crescimento de 13,8% em relação a 2012.
O superávit primário levemente acima da meta foi possível por causa de parcelamentos especiais que renderam R$ 21,8 bilhões em novembro e dezembro e fizeram a arrecadação federal reagir e encerrar 2013 com recorde. Multinacionais brasileiras, bancos e seguradoras abriram mão de questionamentos na Justiça e aderiram à renegociação de dívidas tributárias. Além disso, o governo reabriu o Refis da Crise, que permite o refinanciamento de débitos de qualquer contribuinte com a União, e arrecadou R$ 15 bilhões com a assinatura do Campo de Libra.

Dilma anuncia reforma ministerial



presidenta Dilma Rousseff anunciou, há pouco, a troca de três ministros de sua equipe. A Casa Civil, até agora chefiada por Gleisi Hoffmann, será ocupada pelo atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Para o lugar de Mercadante, vai o o secretário executivo da Educação, José Henrique Paim Fernandes.

O Ministério da Saúde será ocupado por Arthur Chioro, atual secretário de Saúde de São Bernardo do Campo, São Paulo. Chioro substituirá o ministro Alexandre Padilha.
De acordo com o Blog do Planalto, a posse dos novos ministros será na próxima segunda-feira, às 11h. As cerimônias de transmissão de cargo ocorrerão à tarde em cada ministério.

Antes de comandar a parta da Educação, Aloizio Mercadante, de 59 anos, chefiou o Ministério da da Ciência, Tecnologia e Inovação durante um ano. Doutor em economia pela Universidade de Campinas (Unicamp), ele começou sua trajetória política em entidades estudantis. Mercadante foi eleito três vezes deputado federal e uma vez senador.
Em 1994, foi indicado a vice-presidente na chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro também ocupou o cargo de vice-presidente nacional do PT e participou da formulação dos programas de governo do partido e da campanha presidencial do partido nas eleições de 1989 e 2002. Em 2010, disputou a eleição para o governo de São Paulo, perdendo para Geraldo Alckmin, do PSDB.
Graduado em economia, José Henrique Paim, de 47 anos, é secretário executivo do Ministério da Educação (MEC) desde 2006. Mercadante deixa o MEC após chefiá-lo por dois anos. Entre 2004 e 2006, o gaúcho Henrique Paim presidiu o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelo repasse de recursos para as políticas educacionais em todos os estados e municípios brasileiros.
Paim também foi subsecretário da Secretaria Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, em 2003. Esta não é a primeira vez que um secretário executivo assume definitivamente a Educação. Em 2005, o petista Fernando Haddad substituiu Tarso Genro após passar pelo cargo de número 2 do MEC.
Ademar Arthur Chioro dos Reis é graduado em medicina pela Fundação Educacional Serra dos Órgãos, com residência em medicina preventiva e social pela Unesp. Mestre em saúde coletiva pela Unicamp, Chioro concluiu em 2011 doutorado em ciências pelo Programa de Saúde Coletiva da Unifesp.
Entre 2003 e 2005, Chioro trabalhou no Ministério da Saúde, como diretor do Departamento de Atenção Especializada. Em Santos, São Paulo, foi professor de saúde coletiva da Faculdade de Fisioterapia e da Faculdade de Medicina. Secretário de Saúde de São Bernardo do Campo desde 2009, Chioro tornou-se presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo no ano de 2011.
Recentemente, Arthut Chioro anunciou que se afastaria da Consaúde - Consultoria, Auditoria e Planejamento, empresa que dirigia desde 1997, alegando ser exigência da legislação. Na empresa, Chioro prestava consultoria na área de planejamento e gestão de sistemas e serviços de saúde.