O
presidente da África do Sul, Jacob Zuma, informuo em comunicado pela televisão,
a morte do ex-presidente Nelson Mandela, aos 95 anos. Ele sofria de problemas
respiratórios e estava recebendo cuidados médicos em casa.
"Esta
nação perdeu um grande filho", disse Zuma, segundo a agência de notícias
argentina, Telam.
Segundo
informações da agência pública de notícias sul-africana, Madiba, como Mandela
era conhecido, morreu na companhia de parentes, no início da noite de hoje.
Zuma disse que o ex-líder da África do Sul, afetuosamente chamado de Pai da
Nação, agora está descansando em paz.
"Sejamos conscientes dos desejos dele [Mandela] e de sua família. Enquanto nos reunimos, em qualquer parte do país ou do mundo, vamos recordar os valores pelos quais Madiba lutou", disse
Zuma.
Mandela
foi responsável pelo fim do regime de segregação racial na África do Sul, o apartheid. As bandeiras do país ficarão a
meio mastro a partir de amanhã (6). O funeral será com honras de chefe de
Estado, informou a Agência Lusa.
Responsável pelo fim do regime de segregação
racial na África do Sul, o apartheid, Nelson
Mandela, de 95 anos, conquistou o respeito de adversários e críticos devido aos
esforços em busca da paz. Ele foi o primeiro presidente negro da África do Sul,
de 1994 a 1999, e recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 1993. Mandela morreu hoje
(5) em decorrência de problemas respiratórios.
O líder
ficou conhecido como Madiba (reconciliador) devido ao clã a que pertencia e
recebeu o título de O Pai da Pátria. A Organização das Nações Unidas (ONU)
instituiu o Dia Internacional Nelson Mandela em defesa da luta pela liberdade,
justiça e democracia.
Ao
visitar o Rio de Janeiro, nos anos 90, Mandela foi a um show de Martinho da Vila, no Sambódromo, e
demonstrou entusiasmo ao ver uma apresentação de capoeira. Ao lado do então
governador Leonel Brizola (que morreu em 2004), Mandela acompanhou o ritmo do
samba e agradeceu as manifestações de apoio da plateia.
Em
2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, pela terceira
vez, com Mandela. Segundo Lula, sua trajetória política foi marcada por duas
influências intensas: Mandela e Fidel Castro, ex-presidente de Cuba e líder da
Revolução Cubana, em 1959.
De uma
família sul-africana nobre, do povo Thembu, Mandela ficou 27
anos preso em decorrência de sua luta em favor da igualdade racial, da
liberdade e da democracia. Na prisão, ele escreveu sua autobiografia. Preparado
pela família para ocupar um cargo de chefia tribal, Mandela não aceitou o posto
e partiu em direção a Joanesburgo para cursar direito e fazer política.
Com
amigos, Mandela criou a Liga Juvenil do Congresso Nacional Africano (CNA), cuja
sigla em inglês é Ancyl. Ele foi eleito secretário nacional da Ancyl e
executivo nacional do CNA. O princípio da sua política é a paz.
Na
prisão, Mandela não tinha contato com o exterior, pois não podia receber
jornais e notícias externas. Mesmo no período em que esteve preso, Mandela
recebeu homenagens. No dia em que deixou a prisão foi recebido por uma
multidão. Ele gritava: “Poder” e os manifestantes respondiam: “Para o povo”.
A
eleição de Mandela foi um marco na história do país, definindo a nova África do
Sul com um processo de reconciliação entre oprimidos e opressores. Em 1992, o
resultado do referendo entre os brancos dá ao governo, com mais de 68% de
votos, o aval para as reformas e permite uma futura constituinte.
Em
2001, Mandela foi diagnosticado com câncer de próstata, mas apesar do tratamento
ele fez campanha em favor do combate à aids, um dos principais problemas de
saúde pública na África do Sul. Ao completar 85 anos, ele anunciou a
aposentadoria.