Brasília – O Programa
Mais Médicos termina o ano com 6.658 profissionais trabalhando em 2.177
municípios e 28 distritos indígenas. A meta é, até março de 2014, ter 13 mil
profissionais trabalhando nos municípios que aderiram ao programa. O Ministério
da Saúde calcula que cada médico, acompanhado pela Equipe de Saúde na Família,
atende cerca de 3.500 pessoas.
Após
os protestos populares que tomaram o país, o governo assinou a Medida
Provisória que implantou o Mais Médicos. O principal argumento era que o país
sofre falta de médicos, principalmente no interior e nas periferias das grandes
cidades.
O
programa foi alvo de críticas das principais entidades médicas, como o Conselho
Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos. Uma delas é que o
contrato de trabalho era ilegal, já que os profissionais recebem uma bolsa de
ensino para trabalhar, e a vinda de médicos estrangeiros sem precisarem passar
pelo Exame Nacional de Revalidação de Diplomas (Revalida). As entidades
recorreram à Justiça, promoveram protestos e postergaram a emissão do registro
provisório.
Em
julho, o presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro
Ricardo Lewandowski, confirmou a validade da medida provisória que instituiu o
Mais Médicos.
O
Ministério Público do Trabalho abriu investigação sobre o contrato de trabalho,
e em janeiro, deve começar a visitar locais de atendimento para avaliar se há
vínculo inadequado. Para o Ministério da Saúde, os médicos estão passando por
uma formação. Cada um recebe bolsa no valor de R$ 10 mil.
Entre
os médicos estrangeiros do programa, a maioria veio de Cuba, e chegou ao país
por meio de um acordo do governo com a Organização Pan-Americana da Saúde
(Opas). Em novembro, cerca de 3 mil desembarcaram no Brasil. Houve situações em
que sofreram hostilidades. Os médicos estrangeiros tiveram aulas de português e
sobre as doenças mais frequentes nas regiões onde irão atender.
Após
negociações, a medida provisória que instituiu o programa foi aprovada pelo
Congresso Nacional, e transformada em lei. Na legislação, a emissão do registro
provisório passou a ser responsabilidade do Ministério da Saúde.
O
programa prevê curso de especialização com duração de um ano. O estado que
recebeu o maior número de médicos do programa é a Bahia, com 787 profissionais.
Em segundo lugar, vem o estado de São Paulo, com 588 médicos; seguido pelo
Ceará, com 572, e pelo Maranhão, com 445.
Na
Região Norte, o estado de Roraima solicitou 88 profissionais e, com a chegada
de 70 médicos do programa, teve atendida 79% de sua necessidade. Já o estado do
Tocantins recebeu 104 profissionais, 77% do solicitado (135). No Nordeste, os
estados da Paraíba e de Alagoas receberam, respectivamente, 158 e 131 médicos,
e tiveram atendidas 86% e 82% da necessidade, respectivamente.