No Maranhão, a
primeira pesquisa estadual sobre intenção de votos registrada no TSE, sob nº
MA-00003/2014, realizada pelo Instituto Data M, ainda repercute. Principalmente
porque ela traz, com o ano novo, uma nova realidade que as urnas podem parir em
outubro próximo, notadamente para os dois cargos mais cobiçados pelos
políticos: governador do Estado e senador da República pelo Maranhão.
Nos bastidores,
sabe-se que muitas das decisões que estão sendo tomadas, no momento, tanto
pelos candidatos dogoverno como os da oposição, têm como base os números dessa
pesquisa. Até porque, mais que os números, o levantamento revela que há uma
perfeita co-relação de causa e efeito entre os fatores político,
administrativo e eleitoral.
Muitos aspectos da
pesquisa - que tem o selo de credibilidade de um instituto cujos números são
sempre muito aguardados e tomadoscomo guia pelos marqueteiros -, apesar de
bastante divulgados, ainda não foram abordados, como, por exemplo, a
relação entre o maior grau de instrução,o nível de renda dos entrevistados
e a declaração do voto. Assim, quanto maior o grau de instrução e maior o
nível de renda do eleitor, a tendência é votar nos candidatos de oposição ao
Grupo Sarney.
Chama a atenção
ainda o posicionamento obtido por Flávio Dino (PCdoB) e Roberto Rocha (PSB),
pré-candidatos declarados a governador e a senador, respectivamente, que
lideram as intenções de voto em todos os cenários, além da rejeição,
estratosférica, da governadora Roseana Sarney (PMDB) como pré-candidata ao
Senado.
No cenário em que
estão juntos o presidente da Embratur, Flávio Dino, o secretário de
Infraestrutura do governo Roseana, Luís Fernando (PMDB) e a deputada estadual
Eliziane Gama (PPS), o comunista tem 55,3%, Luís Fernando soma 13,7% e
Eliziane, 6,9%. Os que declaram anular o voto são 7,7% e os que não sabem ainda
em quem votar ou não quiseram responder, 16,4%.
Quando confrontado
apenas com Luís Fernando, Flávio sobe para 58,3% e o peemedebista fica com
15,5%. Já 9,8% dizem não votar em nenhum dos dois, e 16,4% também não
responderam ou disseram não saber em quem votar.
Os nomes para
pré-candidatos a senador que o Data M testou junto ao eleitorado de 58
municípios maranhenses – que compõem a amostra da pesquisa – são: a governadora
Roseana Sarney, Domingos Dutra (Solidariedade), Roberto Rocha e Gastão Vieira
(PMDB). Primeiro cenário: Roberto Rocha, 25,1%; Roseana Sarney, 20,7%; Domingos
Dutra, 20,0%; Nenhum deles, 15,8%; Não Sabe/Não responde, 18,3%.
Segundo cenário:
Roberto Rocha, 26,1%; Domingos Dutra, 19,7%; Gastão Vieira, 13,4; Nenhum deles,
17,5; Não sabe/Não responde, 23,3%. Terceiro cenário: Roberto Rocha, 38,8%;
Roseana Sarney, 21,0%; Nenhum deles, 20,9; Não sabe/Não responde, 19,3%. Quarto
cenário: Roberto Rocha (36,4%); Gastão Vieira, 16,9%; Nenhum deles, 22,2%; Não
sabe/Não responde, 24,5%.
Mas o destaque da
pesquisa são os números da rejeição para os pré-candidatos ao Senado: Se a
eleição fosse hoje, em qual destes nomes o Sr. (a) não votaria de jeito nenhum?
Roseana Sarney, 56,0%; Domingos Dutra, 11,7%; Roberto Rocha e Gastão Vieira,
6,5%; Votaria em qualquer um, 1,7%; Não sabe/Não responde, 17,5%. Gastão Vieira
é “testado” porque se cogita que seria o substituto natural de Roseana Sarney
no caso dela não se desincompatibilizar do governo ou candidatar-se a deputada
federal.
No quesito rejeição
para governador, o quadro, segundo o Data M, seria este, nos dias em que os
entrevistadores foram a campo: Luís Fernando, 28,7%; Eliziane Gama, 17,3%;
Roberto Rocha, 13,2%; Flávio Dino, 10,0%; Votariam em qualquer um, 5,7%; Não
sabe/Não responde, 25,1%. Vale frisar que Roberto Rocha consta nesse quesito
por conta de simulação de intenção de voto feita para o governo entre ele, que
obteve 23,5%, e Luís Fernando, 22,6%; nenhum deles, 26,4%; Não sabe/não
responde, 27,5%.
Eleitorado formador
de opinião quer mudanças
Detalhando ainda
mais os números, verifica-se que quanto maior é o grau de instrução e o nível
de renda dos entrevistados, maior também é a preferência pelos pré-candidatos
Flávio Dino governador e Roberto Rocha senador (no confronto com Luís Fernando
e Roseana Sarney), praticamente em todos os cenários, o que poderia, em tese,
ajudá-los a consolidar suas posições, já que esse eleitorado é formador de
opinião.
Outra observação
importante, no confronto com Roseana Sarney como pré-candidato a senador,
Roberto Rocha tem maior intenção de votos em todas as regiões do Estado, com
ênfase para as regiões Oeste: 56,4% x 17,5%; Sul: 45,5% x 22,7% e Centro: 42,4
x 17,5%.
Na divisão por
região, e no confronto Flávio Dino x Luís Fernando, a pesquisa Data M também
mostra que o comunista venceria, se eleição fosse hoje, em todas elas, com
predominância para as regiões Oeste (68,5% x 11,8%) e Centro (75,6% x 8,3%).
No mais, a pesquisa
também justifica, no momento, a baixa aceitação do eleitorado por Roseana
Sarney como pré-candidata ao Senado, e ainda do seu secretário de
Infraestrutura, Luís Fernando Silva, como pré-candidato a governador. Para
isso, basta ver a ao governo estadual, que obtém 60% de “ruim” +
“péssimo”, e 66,5% de “não aprovo”, quando o eleitor é indagado se “aprova ou
não aprova” a administração da governadora Roseana Sarney.
Outra pergunta
feita pelo instituto Data M também obtém emblemática resposta:
- O Sr. (a)
concorda que a família Sarney ainda é necessária para o Maranhão? 20,5%
disseram “concordar”; 71,9% responderam “não concordar” e 7,6% não souberam ou
não quiseram opinar. Assim, os números do eleitoral podem ser consequência
natural do político e do administrativo.
Do blog do Jorge Vieira