Estudo feito pelas Organização das
Nações Unidas indica que, das 7 bilhões de pessoas de todo o planeta, 2,5
bilhões não têm acesso a saneamento básico.
Dessas, 1 bilhão fazem suas
necessidades fisiológicas a céu aberto. E o Brasil aparece entre os 10
piores países do mundo quando se fala em falta de banheiro. De acordo com o
estudo da ONU, cerca de 7 milhões de brasileiros não têm acesso a banheiro em
casa.
Ruim para Brasil, ruim para o Maranhão. Fica em nosso estado a cidade com menor
número de banheiros do Brasil. Trata-se de Milagres, município localizado
próximo a Santa Quitéria e Brejo. Lá existem 1.600 casas, sendo que 1.200 não
possuem banheiros.
Os dados foram divulgados em reportagem do programa Cidades e Soluções, da
Globo News, especializado em temas voltados para a Sustentabilidade.
Em Milagres, segundo mostrou o programa, a ausência de banheiros atinge desde
casas até escolas da região, obrigando alunos a fazem suas necessidades no mato
ou escondido atrás de árvores.
A reportagem informou que a prefeitural municipal obteve R$ 250 mil para a
instalação de kits sanitários em diversos lugares. Com este valor seria
possível implantar 55 banheiros - cada custaria R$ 4.545,45. Ainda assim, o
serviço não foi executado pela empresa que ganhou a licitação.
Celulares x banheiros
Aproximadamente 6 bilhões de pessoas
têm celulares no mundo. Mas, segundo a ONU, 1 bilhão fazem suas necessidades
fisiológicas a céu aberto. O mesmo estudo aponta que, se fosse possível
garantir banheiros para todos os seres humanos, a incidência de diarreias
cairia para 36%. A cada ano 750 mil crianças com até 5 anos de idade morrem por
causa de diarreia. O Brasil está na posição 112°, de um total de 200 países
avaliados.
Em regiões pobres, a solução é o Peepoo
A ideia é do empresário sueco Anders Wilhelmson. Ele desenvolveu um saco
plástico biodegradável para ser utilizado como banheiro pelas 2,6 bilhões de
pessoas que moram em favelas urbanas de países pobres e nunca viram uma privada
na vida. Existem populações assim na África, por exemplo.
De acordo com Wilhelmson, nesses locais as pessoas têm o hábito de fazer o
“número 2” em sacos plásticos convencionais e depois deixá-los a céu aberto, o
que, entre outras consequências, contamina a água. Foi com base nesse dado que
ele criou a sacolinha biodegradável, batizada de Peepoo.
A ideia é que as pessoas façam cocô dentro do saco e, depois de usá-lo, amarrem
e enterrem a sacolinha. Segundo Wilhelmson, o Peepoo possui uma camada de
cristais de ureia que irão agir e transformar o cocô em fertilizante, matando
os organismos que transmitem doenças. Assim, além de evitar que as fezes fiquem
expostas a céu aberto, a invenção pode ser utilizada como adubo para cultivar
vegetais. O Peepoo foi comercializado em favelas do Quênia e da Índia, por um
preço que varia de US$ 0,02 a US$ 0,03.