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terça-feira, 13 de maio de 2014

Governo adia aumento de imposto para bebidas frias


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou o adiamento por três meses da decisão de aumentar os impostos para o setor de bebidas frias - cervejas, refrigerantes, isotônicos e refrescos. A previsão é que o reajuste entrasse em vigor em 1º de junho. “A gente está diferindo, postergando uma correção de tabela que seria no dia 1º de junho para daqui a três meses e não de forma plena, mas diferida ao longo do tempo. Sem dúvida, nós temos uma grande preocupação que a inflação permaneça sob controle e esse setor pode dar uma contribuição importante. Nós fizemos um pacto de que não haveria aumento durante a Copa e de preferência depois também”, disse Mantega, após reunião com representantes do setor.
O objetivo do governo é, com a recomposição da tabela, ter mais recursos para cumprir a meta de superávit fiscal. “Nós acabamos de fazer uma reunião com o setor de bebidas, com o setor de bares e restaurantes a respeito da tabela que implica na recomposição de tributos. Suspendemos a aplicação dessa tabela temporariamente para um aperfeiçoamento dela porque havia uma divergência em alguns preços que foram capturados”, disse o ministro, acrescentando que, nos últimos dois anos, o governo reduziu os tributos no setor de bebidas para permitir que houvesse mais investimentos e crescimento.
O aumento das alíquotas do setor foi anunciado no final de abril pelo governo, mas as novas tabelas com os preços das bebidas só entrariam em vigor em junho. A previsão da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) é que o aumento terá impacto de 10% a 12% no preço das bebidas frias para o consumidor. Logo depois do anúncio de aumento, em abril, a Receita Federal retificou informação e disse, em nota oficial, que os preços das bebidas frias subiriam, em média, 2,25% para o consumidor final, e não 1,3%. Também houve erro na primeira divulgação das tabelas.
Os empresários estimaram demissão de mais de 200 mil pessoas se o governo não mudasse o prazo do início do reajuste.


Poeta José Chagas morre aos 89 anos, em São Luís


O poeta José Chagas faleceu, na tarde desta terça-feira (13), em São Luís, vítima de complicações de um acidente vascular cerebral (AVC) e de infarto. Ele estava internado no Hospital UDI, desde 23 de abril.
Aos 89 anos, o escritor é reconhecido como um dos principais poetas do Maranhão, possuindo uma vasta bibliografia. Dentre as obras publicadas, estão ‘Canhões do Silêncio’, ‘Os Telhados’, ‘Azulejos do Tempo’, ‘Apanhados do Chão’ e ‘Maré/Memória’.
O poeta, batizado de José Francisco das Chagas, nasceu em Piancó (PB), em 29 de outubro de 1924. Mudou-se para o Maranhão há mais de 50 anos. Jovem passou longa temporada em Pedreiras, depois veio para São Luís, cidade que adotou como sua.
Em 1994, o escritor foi enredo da Escola Favela do Samba, que utilizou uma das obras do escritor ‘Os canhões do silêncio’, para desfilar no carnaval.
Em outubro do ano passado Chagas foi homenageado pela Academia Maranhense de Letras (AML), onde ocupava a cadeira de número 28. No dia em que completou 89 anos, a AML presenteou o autor com a reedição do livro ‘Colégio do Vento’. Na ocasião, escritores da Academia se reuniram na casa de José Chagas para celebrar o aniversário do escritor e entregar a reedição do livro de sonetos.
Em dezembro ele recebeu outra homenagem. Desta vez, poemas seus foram musicados e viraram canções gravadas por cantores maranhenses e nomes importantes da MPB, no disco ‘A Palavra Acesa de José Chagas’.
Em nota de pesar, a governadora Roseana Sarney lamentou a morte do escritor e disse que Chagas “é reconhecidamente um dos maiores nomes das letras do país e ficará eternizado por meio de seus versos”.
Leia a íntegra da nota:
A governadora Roseana Sarney lamentou profundamente a morte do escritor e poeta José Chagas, ocorrida nesta terça-feira (13), em São Luís. Ela lembrou que Chagas, sendo paraibano de Piancó escolheu o Maranhão para viver há mais de meio século, tendo louvado o estado em sua obra, principalmente São Luís, e merecido o título de imortal da Academia Maranhense de Letras.
Roseana Sarney se solidarizou com familiares e amigos do autor de livros como “Os Telhados”, “Apanhados do Chão”, “Maré/Memória” e “Azulejos do Tempo”, enfatizando o amor e a dedicação dele à literatura.
“Hoje é um dia triste para a cultura maranhense e brasileira. José Chagas é reconhecidamente um dos maiores nomes das letras do país e ficará eternizado por meio de seus versos. Ele deixa um legado de rimas perfeitas que nos inspira a enveredar pelo mundo da poesia”, afirmou a governadora Roseana.
A Justiça do Trabalho acatou pedido do Sindmetal e determinou que a Alumar/Alcoa suspenda imediatamente a dispensa coletiva de empregados, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. A empresa terá 10 dias para reintegrar todos os empregados que foram demitidos em razão do desligamento da Linha 2, sob pena de multa de R$ 30 mil por cada empregado. A decisão em antecipação de tutela é da juíza Juacema Aguiar Costa, da 6ª Vara do Trabalho, e vale até decisão final da ação civil pública que irá apurar se as demissões são regulares.
A juíza deu cinco dias para que a Alumar apresente a relação dos empregados que já foram e que serão alcançados pela dispensa coletiva, sob pena de multa de R$ 10 mil, além de informar ao juízo todas as demissões que venha a efetivar.
Na ação, o Sindmetal alegou que a medida da empresa – de demitir 500 empregados após o desligamento de 250 cubas da Linha 2 – seria abusiva, já que não haveria justificativa econômica ou financeira que motivasse a redução da capacidade produtiva ou a dispensa em massa dos empregados.
Sustentou que a atitude, em esforço conjunto e ordenado com os demais produtores mundiais de alumínio primário, pretendia manipular o preço internacional do minério, reduzindo a oferta do produto no mercado, prática que violaria normas nacionais que regulam a ordem econômica. Afirmou ainda que a dispensa coletiva não foi precedida dos procedimentos regulares para sua validade, pois não teria esclarecido a situação aos empregados nem foi precedido de negociação com o sindicato.

“As dispensas em massa, em face de sua natureza coletiva e do impacto social por ela causado, não podem ser analisados sob a mesma ótica das rescisões contratuais individuais, na medida em que ultrapassam os limites de um contrato, espraiando seus efeitos para toda a sociedade”, ressaltou a magistrada.

Ex-prefeito e empresário levam susto após pane em avião


Na manhã desta terça-feira (13), o ex-prefeito de Santa Inês, Valdevino Cabral Filho, juntamente com o empresário João Rolim, passaram por um grande susto durante pouso de emergência do avião em que estavam. O fato aconteceu no Aeroporto Regional João Silva, em Santa Inês.
A aeronave, pertencente a João Rolim, apresentou problemas durante o voo. O avião posou de barriga e se arrastou cerca de 300 metros na pista do aeroporto.

De acordo com informações, ninguém ficou ferido. O laudo pericial deve ficar pronto em 30 dias.

Câmara criará comissão para analisar aumento do repasse para fundo de municípios

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, irá instalar amanhã, às 14h30, a comissão especial da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 261/13 eapensadas) que aumenta os repasses da União ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira, durante a abertura oficial da XVII Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, no Centro Internacional de Convenções de Brasília. O evento ocorre entre 12 e 15 de maio.
O aumento no repasse do FPM, que passaria de 22,5% para 24,5%, é uma das principais reivindicações dos prefeitos que estão na capital. 

A Câmara analisa algumas PECs sobre o tema. Uma delas (PEC 341/13) garante os dois pontos percentuais de aumento para o fundo, enquanto outra (PEC 261/13) divide esse mesmo percentual de aumento entre o FPM e o Fundo de Participação dos Estados (
FPE). As propostas tramitam em conjunto e já foram aprovados pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Agora serão analisadas pela comissão especial anunciada pelo presidente Henrique Eduardo Alves.
"O prefeito hoje não quer, não pode, não deve, não merece ser apenas repassador de verbas federais, que recebem de programas importantes. [O prefeito] é líder e tem que ter autonomia e poder orçamentário", destacou o presidente da Câmara aos prefeitos.
Renúncias fiscais
Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou que, nos últimos cinco anos, os municípios perderam R$ 77 bilhões do FPM por causa das renúncias fiscais feitas pela União.
"Perdemos um ano de FPM com isenções. A União faz bondade com chapéu alheio. Dois por cento a mais de FPM são R$ 7 bilhões. Não estamos pedindo favor. Estamos pedindo ao Congresso que vote o aumento antes da eleição."
Ziulkoski lembrou que, no Senado, a PEC 39/13 também aumenta o repasse do FPM em dois pontos percentuais e está pronta para votação na CCJ daquela Casa. "Como lá não depende de comissão especial, devemos buscar a aprovação lá também", pediu o presidente da CFM aos participantes da Marcha.
Royalties do petróleo
Em discurso aos prefeitos no encontro, o presidente da Câmara informou que, em conversa com a relatora no Supremo Tribunal Federal (STF) de questionamentos à lei que redistribui os 
royalties do petróleo, ministra Carmem Lúcia, ficou sabendo que o Plenário do STF deve votar a questão em 28 de maio.
O assunto também é uma das reivindicações dos prefeitos na marcha. De acodo com Paulo Ziulkoski, se distribuído conforme a lei votada pelo Congresso, os royalties já poderiam representar R$ 5 bilhões a mais para os municípios.


DILMA: “QUEM NUNCA FEZ, DESANDA A COBRAR QUEM FEZ”



A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira, ao visitar obras do projeto de integração do rio São Francisco na Paraíba, que é possível planejar e investir para impedir a escassez de água, problema enfrentado pelo Estado de São Paulo, governado pelo PSDB, partido de seu principal adversário na disputa eleitoral deste ano, o senador Aécio Neves.
"O governo federal, junto com a região toda, os governadores dessa região, prefeitos e lideranças, nós planejamos, nós estamos investindo para garantir que não seja uma surpresa para nós a falta de água, porque você pode planejar e impedir (a falta de água)", disse Dilma a repórteres durante visita ao túnel Cuncas 2, em São José das Piranhas (PB).
"O São Francisco é o rio que beneficia mais a população nordestina e que vai garantir uma diferença de qualidade, principalmente quando nós estamos vendo hoje uma situação muito difícil sendo passada no Estado mais rico da federação, que é São Paulo, que é a falta de água no reservatório da Cantareira", acrescentou.
Dilma voltou a criticar governos anteriores aos do PT, como tem feito recentemente. Segundo a presidente, as obras de transposição do São Francisco começaram a caminhar somente sob o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e aqueles que criticam o governo não fizeram os investimentos quando estavam no poder.
"Acontece uma coisa engraçada no Brasil. Quem nunca fez, desanda a cobrar de quem fez. É isso que nós estamos assistindo. Gente que nunca fez quando pôde cobrar de quem está fazendo quando pode", afirmou.
A região metropolitana de São Paulo enfrenta no momento a pior crise hídrica desde a criação do Sistema Cantareira, principal responsável pelo abastecimento da região, na década de 1970.

O nível de água do sistema caiu para abaixo de 9 por cento no fim de semana, mantendo a tendência de esgotamento do mais importante conjunto de represas para o abastecimento dos cerca de 9 milhões de habitantes da região metropolitana de São Paulo.

Petistas acusam Globo de promover PSDB e PSB em novela


Internautas petistas usaram as redes sociais para criticar a TV Globo por uma suposta mensagem subliminar na logo da novela Geração Brasil. Para os internautas, a atração das sete traz, em seu título, os números ‘40’ e ‘45’, que são as legendas do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), respectivamente.
Além dos internautas, o deputado estadual Carlos Bordalo (PT-PA) também acredita na existência de uma mensagem subliminar na logo da novela.
“A Globo deu um jeito de ajudar o candidato do PSDB. Incluiu um 45 estilizado no nome da nova novela das 7. Para quem ele vai governar?”, questionou o deputado, em seu twitter.
O ator José de Abreu, funcionário da Globo e militante do Partido dos Trabalhadores (PT), respondeu em seu twitter, que as acusações não fazem sentido.
“Loucura! Trabalho lá há 32 anos, nada a ver!”, disse José de Abreu.
O PSB e o PSDB serão os principais rivais do PT na disputa eleitoral deste ano, pela Presidência da República.

Essa não é a primeira vez que a Globo é acusada de fazer campanha eleitoral em seus programas. Em 2010, quando a Globo completava 45 anos, a emissora foi criticada pelo então coordenador da campanha de Dilma Rousseff, Marcelo Branco, que afirmou que o texto da vinheta de comemoração lembrava o slogan da campanha de José Serra (PSDB), que é a legenda do PSDB.

PNE pode ser votado amanhã na Câmara


Após três anos de tramitação, o Plano Nacional de Educação (PNE) pode deixar o Congresso Nacional esta semana e seguir para sanção da presidenta Dilma Rousseff. Em fase final do trâmite, o PNE foi votado em comissão especial da Câmara dos Deputados na semana passada e agora segue para o plenário da Casa. A discussão e possível votação estão previstas para amanhã (14), em regime de prioridade.
A maior parte dos pontos está acordada entre os deputados. O embate será sobre ofinanciamento da educação. Na forma que chega ao plenário, o plano destina, em dez anos, 8% do Produto Interno Bruto (PIB) à educação pública e não os 10% demandados por profissionais, estudantes e entidades que atuam no setor. Atualmente são investidos 5,3% do PIB.
O PNE estabelece metas para a educação, a serem cumpridas nos próximos dez anos. Além do financiamento do setor, estão entre as diretrizes a erradicação do analfabetismo e a universalização do atendimento escolar.
No início da tramitação, o Ministério da Educação (MEC) propôs a destinação de 7% do PIB para o setor. A sociedade defendeu os 10% e conquistou a porcentagem. Ao longo da tramitação, a disputa foi para que os 10% fossem destinados à educação pública.
O MEC e entidades ligadas ao setor privado defendiam que os recursos fossem destinados também a programas como o Universidade para Todos (ProUni) e o Ciência sem Fronteiras, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Pelos cálculos apresentados pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP), os programas que atualmente correspondem a 0,5% do PIB passarão a receber, mantido o crescimento atual, 2% do PIB em dez anos.
Para o assessor do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular Sólon Caldas, a inclusão das parcerias com as instituições privadas no PNE é uma vitória. “No Brasil, existe uma inversão. Os alunos que não podem pagar universidade pagam e os que têm condições melhores estudam de graça. Se considerar apenas o investimento no setor público, essas pessoas serão excluídas de novo”.
No ensino superior privado, segundo o MEC, 35% das matrículas no setor dependem do esforço estatal, ou seja, 2 milhões de estudantes recebem algum subsídio de políticas governamentais.
Ao longo da tramitação, movimentos sociais, professores, estudantes e entidades ligadas a educação lotaram o plenário para pedir que os 10% do PIB sejam investidos em educação pública. Do contrário, o setor não vai conseguir suprir a demanda atual e vai continuar dependendo de políticas voltadas ao setor privado.
“Caso se mantenha o total de recurso que vai ser investido e aumente o número de programas que utilizam esse recurso, obviamente vai-se reduzir o valor para a educação pública. A meta dos 10% do PIB [também para bolsas e isenções fiscais] vence [na comissão especial] contra a nossa vontade, mas é possível vencer em plenário”, diz o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara.

Além de votar a porcentagem, a preocupação é com a origem dos recursos. Parte do necessário para complementar os 10% do PIB virá da Lei dos Royalties, sancionada no ano passado. No entanto, apenas esses recursos não serão suficientes para atingir a marca de investimento de 10% do PIB, que significam R$ 240 bilhões a mais de prefeituras, estados e União. No final do ano passado, o então ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse não ter fonte segura que garanta esse recurso.

Novo secretário de Segurança toma posse nesta terça-feira


 Toma posse na manhã desta terça-feira, 13, o novo secretário de Segurança Pública do Maranhão. O cargo será ocupado pelo delegado Marcos Afonso Junior, que estava exercendo a função de subdelegado geral desde novembro de 2011.
A cerimônia de posse do novo secretário de segurança está marcada para as 8h, durante solenidade a ser realizada na sede da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão. O secretario estadual de Saúde, Ricardo Murad, que também estava ocupando a pasta de segurança desde a renúncia do ex-secretário Aluísio Mendes, comandará  a solenidade de posse do novo gestor.

Em 2010 Marcos Afonso esteve à frente da Superintendência Estadual de Investigações Criminais – Seic até assumir o cargo de subdelegado geral. Antes disso ele foi presidente da Associação dos Delegados de Policia Civil do Maranhão (Adepol).

Refinaria do Maranhão gasta R$ 1,6 bilhão e não sai do papel



BACABEIRA (MA) - No início de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a governadora Roseana Sarney (PMDB), o pai dela, senador José Sarney (PMDB-AP), e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, fizeram festa, com direito a discurso, para o lançamento da pedra fundamental da Refinaria Premium 1 em Bacabeira, a 66 quilômetros de São Luis. Seria a maior refinaria do Brasil, com capacidade de produzir 600 mil barris/dia, empregaria 25 mil pessoas no ápice das obras e deveria entrar em pleno funcionamento em 2016. Quatro anos depois, o que se vê é a paralisação da obra, que somente em terraplanagem, consumiu R$ 583 milhões, além de mais R$ 1 bilhão em projetos, treinamentos, transporte, estudos ambientais. Todo o montante foi pago pela Petrobras.
O custo total da refinaria está estimado em R$ 38 bilhões, mas a própria empresa afirmou, em nota enviada ao GLOBO, que “somente após a conclusão da etapa de consulta ao mercado será possível mensurar o custo total da refinaria”. A previsão, agora, é que ela entre em operação em 2018.
Apesar da festa no lançamento da pedra fundamental, nem projeto básico havia na ocasião. De prioritária, a futura refinaria entrou num limbo. No Plano de Negócios para o quadriênio 2013/2017, o empreendimento consta apenas na carteira de fase de projeto.
Um relatório de fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU), de abril do ano passado, apontou indícios graves de irregularidade na terraplanagem –a única obra que teve início, mas que foi paralisada sem ser concluída, conforme relatório do tribunal.
De acordo com os fiscais do TCU, somente em 1º de novembro de 2010 – oito meses depois da festa com Lula e companhia – e já com a terraplanagem em andamento, é que foi assinado um contrato para elaboração do projeto básico da Refinaria.
A pressa da Petrobras em dar visibilidade a uma refinaria que não tinha nem projeto básico ocasionou, de acordo com relatório do TCU, um dano de R$ 84,9 milhões.
Diz um trecho do documento: “Entende-se que o contrato não poderia ter sido assinado sem a liberação das áreas para o consórcio construtor. A consequência disso foi um dano de R$ 84,9 milhões”.
No entendimento dos técnicos do tribunal, a petroleira foi responsável pelo atraso na liberação do terreno e demorou a emitir ordens de serviço para que a terraplanagem começasse. O valor do dano contempla uma ação extrajudicial e um aditivo.
Os auditores do TCU apontaram que houve mudanças no layout do projeto e, com isso, toda a obra foi comprometida.
“A gênese de todo o problema parece estar na decisão de iniciar-se uma obra desse porte sem um planejamento adequado, passível de toda sorte de modificações. Até esta data [3 de abril de 2013], passados cinco anos dos primeiros estudos, ainda não se tem um projeto completamente definido para a Premium 1”, anotaram os auditores.
PROFUSÃO DE ADITIVOS – Segundo a vistoria do TCU, foram feitas alterações que transformaram completamente o projeto.
“Uma importante alteração foi o aumento considerável do número de tanques. Ao que consta, a tancagem planejada inicialmente para situar-se na zona portuária, por restrições de espaço ou mesmo por mudança de concepção do projeto, localizar-se-á na área da refinaria”, observaram os técnicos, que apontaram outras mudanças significativas no plano original. “Essas modificações impactaram o contrato de terraplanagem, contribuindo, certamente, para a profusão de aditivos”, escreveram os auditores.
A terraplanagem foi contratada em 14 de julho de 2010 com o Consórcio GSF, formado pelas empresas Queiroz Galvão Engenharia, Serveng Civilsan e Fidens Engenharia, com valor inicial de R$ 711 milhões. Em abril do ano passado, o contrato foi interrompido, com 80% das obras concluídas e o pagamento de R$ 583 milhões. Os auditores verificaram que, entre esses aditivos, havia vários que cancelavam determinado valor, com mudanças no quantitativo dos trabalhos, mas, em seguida, um novo aditivo aumentava o mesmo valor, inclusive com centavos, em outro tipo de serviço.
Os 13 aditivos feitos ao contrato da terraplanagem acarretaram um acréscimo de R$ 14,2 milhões na obra. No total, foram realizadas 14 modificações de valores e mais uma transação extrajudicial entre as partes no valor de R$ 73,9 milhões. A terraplanagem também precisou contar com um trabalho extra por causa de erosão no solo e, para tratar do problema, a Petrobras contratou outra empresa a Cristal Engenharia, por mais R$ 7,5 milhões.
A auditoria anotou: “ou seja, a Petrobras celebrou outro contrato, destinado a manter parte dos trabalhos de terraplanagem já desenvolvidos. Todavia, foi constatado que este novo ajuste não prevê a conclusão de algumas estruturas inacabadas.”
Oito dos aditivos realizados pela Petrobras no contrato modificavam, e muito, o tipo de serviço a ser realizado, mas, no final, os valores cancelados e acrescidos acabaram praticamente os mesmos.
Os técnicos demonstraram que “embora se compreenda que uma obra de terraplanagem necessite de ajustes nas quantidades estimadas inicialmente, a dimensão desses ajustes reflete a má qualidade do projeto. Não se pode aceitar, por exemplo, uma redução da ordem de 96% em um quantitativo”.
A Petrobras informou que os aditivos ocorreram “em consequência do elevado grau de detalhamento adotado pela empresa na contratação, com mais de 144 itens na planilha de preços unitários”. Sobre a concorrência para a construção da refinaria, a assessoria da petroleira declarou que “os pacotes de contratação estão em ajustes finais para serem lançados no mercado. Em março já foram emitidos convites para terceirização dos serviços de geração de hidrogênio e de tratamento de água e efluentes. Os projetos passaram por adequações e estão aderentes às métricas internacionais”.
Sonhos viraram dívidas e prejuízos para comerciantes de Bacabeira
Promessa de criação de 25 mil empregos levou a investimento em hotéis e alojamentos hoje vazios
A perspectiva da instalação de uma refinaria em Bacabeira alimentou a esperança de dias melhores para muita gente na cidade. Com a propagada criação de até 25 mil empregos no período de pico da obra, e de 1,5 mil para a manutenção daquela que seria a maior refinaria do país, muita gente contraiu empréstimo para investir e aproveitar os ventos da bonança que foram anunciados por Lula, Dilma, Roseana, José Sarney e Edison Lobão em 2010. O que sobrou dos sonhos foram as dívidas e o prejuízo.
Na rodovia em frente à obra há dois hotéis – um já prontinho, à espera de clientes, e outro, maior, com seis andares levantados e inacabados, e que tem como frequentadores vacas, cavalos e cachorros.
O local virou fonte de especulação entre os bacabenses. Na cidade, há informações desencontradas sobre o estabelecimento. Há quem diga que ele pertence ao senador Lobão Filho (PMDB-MA), filho do ministro de Minas e Energia e que será candidato ao governo do Estado.
Outros garantem que o verdadeiro dono do empreendimento é Ernesto Vieira de Carvalho Neto, um suplente de deputado que é acusado de aplicar um golpe de R$ 70 milhões na Caixa Econômica Federal por meio de um bilhete falso da Megasena.
Lobão Filho se diverte com os boatos. Embora entre suas empresas haja uma de administração hoteleira, ele nega que o hotel-fantasma seja dele:
“Não é meu não. Parece que é de um grupo da Bahia e ouvi dizer que a Petrobras garantiria um mínimo de hospedagem para o empreendimento”, afirmou ele ao GLOBO.
O outro hotel em frente ao que poderá ser a maior refinaria do Brasil é o Premium I e foi inaugurado em 2013, quando ainda havia funcionários trabalhando na obra.
Sua proprietária, Deise Kappe, disse que nunca hospedou ninguém – só serviu refeição para os trabalhadores. O empreendimento tem oito quartos. O prédio está em boas condições, à espera de dias melhores:
“Disseram que vão retomar as obras neste ano. Vamos esperar”, afirmou ela, que tem outros seis alojamentos na cidade, com capacidade para 200 pessoas, e que está sobrevivendo graças a outra obra do governo federal, a duplicação da BR-153, cujas obras começaram no ano passado também.
PERDAS DE R$ 2 MILHÕES – Em Bacabeira, um conjunto de 30 quartos espera por comprador. Uma placa na frente do estabelecimento disponibiliza dois números de celulares para um eventual empreendedor. Nunca recebeu ninguém. O proprietário, Clóvis Procópio Pereira, disse que fez outros investimentos à espera da refinaria. No total, gastou R$ 2 milhões, entre empréstimos e venda de fazendas e casas.
“Tenho 200 camas que estão estragando e um quarto cheio de ar-condicionado, que estão enferrujando. Fiz vários alojamentos e tomei prejuízo. Achei que podia confiar em quem mandava no país”, lastimou.
Inácio Tales, proprietário de uma loja de material de construção, lamentou a paralisação da obra. Ele lembra que, durante a terraplanagem, suas vendas aumentaram e muitos comerciantes venderam bem mais do que o habitual. Mas o custo de vida também aumentou, assim como a especulação imobiliária. Agora, a esperança cedeu lugar à incredulidade.

“Se voltar, vai melhorar muito. Mas não sabemos se vão retomar a obra”, disse ele.

Jovem de 23 anos morre após passar dois dias ingerindo bebida alcoólica

Uma morte diferente e pouco comum foi registrada na noite desta segunda-feira (12), na cidade de Tuntum, interior do Maranhão. Um jovem identificado como Jhones Santos Silva, mais conhecido como “Nego”, de 23 anos, morreu, por volta das 19h, nas imediações do Mercado Central com suspeitas de ter ingerindo, excessivamente, muita bebida alcoólica.
Curiosos e populares que estiveram no local afirmaram que ele vinha bebendo desde o último domingo (11) e que no início da noite de segunda veio a passar mal.
Uma equipe do Samu ainda foi acionada, mas quando chegou ao local o jovem sofreu uma parada cardiorrespiratório e veio óbito ainda no local. A Polícia Militar esteve no local fazendo os levantamentos preliminares.

O corpo de Jhones vai passar por exames para identificar a causa da morte.