Número final da inflação de 2013 confirma mais uma derrota dos que apostaram - no mais das vezes de maneira ridícula - no caos dos preços; IPCA ficou em 5,91%, dentro da margem ampliada de 6,5% estabelecida pelo Banco Central; pelo décimo ano consecutivo País tem taxa na meta; desde janeiro, provocações e tentativas de desestabilização se sucederam nas mais diversas formas; presidente Dilma Rousseff garantia que a torcida contra perderia o jogo; ela venceu essa.
Também alimentada por expectativas, e
mesmo debaixo de grande torcida organizada contra, manifestada desde os
primeiros momentos de 2013 na mídia tradicional e familiar, a taxa oficial de
inflação do ano passado ficou dentro da meta ampliada do Banco Central, tendo
chegado a 5,91% - na margem de dois pontos que admitia chegar a 6,5%.
Das várias interpretações que serão
feitas a respeito - a inflação de 2013 foi maior que e a de 2012 e teve uma
disparada de 0,92% em dezembro, pressionada especialmente por bebidas e
alimentos --, a primeira leitura que tem de ser feita, em atenção ao fato em si
de a inflação ter ficado dentro da meta, é a que mostra uma grande vitória da
presidente Dilma Rousseff.
Dilma venceu, com o ministro Guido
Mantega, bateu dos melhores aos mais fracos economistas e comentaristas.
Todos apostaram contra, o que inclui o movimento internacional de mídia pela
cabeça de Mantega e outros elementos de desestabilização. Como alvo maior das
provocações e ataques diretos, a inflação estourada seria o número mais vistoso
a ser mostrado, como prova da tibieza do governo federal sobre o tema.
Mas a taxa oficial de inflação medida
pelo IBGE ficou dentro da meta, de resto o que já era esperado por todos. Foi
somente a partir de novembro, porém, quando formou-se um consenso de que o
índice não seria uma maluquice, que a campanha arrefeceu.
Perderam as capas de revistas com o
tomate pisado pela presidente, momento mais representativo do nível atual da
revista Veja, o eco produzido em Época e talvez Ana Maria Braga passe a pensar
duas antes de fazer campanha sobre mais um assunto do qual não entende nada.
De acordo com o ministro interino da
Fazenda, Dyogo Henrique, a inflação continua sob controle:
Ministro
interino da Fazenda diz que IPCA não surpreende e inflação está sob controle
Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro interino da
Fazenda, Dyogo Henrique, disse hoje (10) que o Índice de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) de 5,91% no fechamento 2013 não surpreende o governo. Relatório
Trimestral de Inflação divulgado, em dezembro, pelo Banco Central projetava, em
cenário de referência, um índice de 5,8%.
"Já esperávamos que dezembro
tivesse um índice um pouco mais alto por conta do aumento do preço da gasolina
e também é um período de férias, quando as passagens aéreas tiveram uma
contribuição para que o índice viessem um pouco mais alto em dezembro",
destacou.
Para ele, o importante é que o índice
está dentro da meta, demonstrando por parte do governo que a inflação no Brasil
está sob controle, sem perspectiva de aumento exagerado de preços. A meta de 2013,
estabelecida pelo governo é 4,5%, com uma tolerância de 2 pontos percentuais.
Ou seja, no limite, a inflação poderia ficar em 6,5% que estaria dentro da
meta.
"Isso que é mais importante para
o país e para a população brasileira, que é nós termos a segurança de que
estamos mantendo a inflação dentro dos patamares e dentro das metas",
ressaltou ele, substituto do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que está de
férias.
Sobre o fato de o governo ter
estimado, por diversas vezes, que a inflação no ano passado deveria ser menor
do que a registrada em 2012, Dyogo disse que a variação é quase estável.
"Não sei se havia esse compromisso [de manter a inflação em patamares
menores do que 2012], mas há sempre a expectativa que o índice seja
bem-comportado e fique dentro da meta e foi o que aconteceu. No ponto de vista
da comparação interanual, a diferença é na segunda casa decimal, considerado
praticamente estável na comparação", argumentou o ministro. A inflação
medida pelo IPCA, em 2012, ficou em 5,84%.
Para 2014, as expectativas são
positivas, e os técnicos do governo não têm perspectiva de que a inflação tenha
comportamento "fora do normal". "A gente está prevendo que a
inflação este ano, assim como nos últimos dez, 11 anos, fique sob controle. E o
governo manterá todo o esforço e atenção para que isso ocorra."
Inflação
para famílias de baixa renda termina 2013 em 5,56%
Rio de Janeiro - O indicador que mede
a inflação para famílias de baixa renda, o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC), fechou 2013 com alta de 5,56%, resultado menor que o de 2012
(6,2%). Os dados foram divulgados hoje (10) peloInstituto
Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE).
Influenciaram a inflação para essas
famílias em 2013 os preços dos produtos e serviços do grupo alimentação, que
subiram 8,03% e têm peso importante no orçamento das famílias. Também
aumentaram os custos de educação (8,01%), despesas pessoais (8,1%), além de
saúde e cuidados pessoais (6,5%)
De acordo com o IBGE, entre as
regiões metropolitanas pesquisadas, o maior INPC foi registrado em Fortaleza
(6,94%) e em Recife (6,93%). Nas duas capitais, além do grupo alimentação e
bebidas, pressionaram a inflação os reajustes nos preços dos alugueis. A
inflação mais baixa foi identificada em Salvador (4,7%).
O INPC calcula a inflação para
famílias com renda mensal de um a cinco salários mínimos em nove regiões
metropolitanas, incluindo Brasília e Goiânia.
IPCA
fecha 2013 em 5,91%
O indicador que mede a inflação no país,
o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou o ano de 2013 em
5,91%. Divulgado hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), o resultado ficou acima do centro da meta estabelecida pelo
governo, de 4,5%. Em 2012, a inflação oficial fechou o ano em 5,84%.
O crescimento da inflação em 2013
refletiu no preço de produtos e serviços do grupo alimentação e bebidas em
todas as regiões, que subiu 8,48%. A alimentação é uma das maiores fontes de
despesas e consome cerca de 30% do orçamento das famílias brasileiras.
No mês de dezembro do ano passado, o
IPCA ficou em 0,92% – acima da taxa registrada em novembro (0,54%) e é o maior
IPCA mensal desde abril de 2003, quando cresceu 0,97% em um mês.
Em dezembro de 2012, o IPCA ficou em
0,79%. O aumento no preço dos combustíveis, em novembro, e das passagens aéreas
pressionou o indicador mensal, de acordo com o IBGE
Inflação fecha ano
em 5,52%, aponta FGV
A inflação medida pelo Índice Geral
de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) fechou o ano em 5,52%. A taxa é
inferior à observada em 2012, quando o IGP-DI ficou em 8,1%. O dado foi
divulgado hoje (8) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
A queda da inflação foi influenciada
principalmente pelos preços no atacado, mas o varejo também registrou queda no
ritmo de alta. O subíndice Preços ao Produtor Amplo, que analisa o atacado,
teve taxa de 5,07% em 2013, ante inflação de 9,13% em 2012. Já o subíndice Preços
ao Consumidor, que analisa o varejo, passou de 5,74% para 5,63%.
Os preços da construção civil, no
entanto, cresceram mais em 2013 do que no ano anterior. O subíndice de Custo da
Construção passou de 7,12% para 8,09%.
Apesar de fechar o ano em queda, o IGP-DI
do mês de dezembro (0,69%) foi superior ao observado em novembro (0,28%). A
alta de dezembro foi influenciada pelos preços no atacado, que passaram de
0,12% em novembro para 0,78% em dezembro, e pelos preços no varejo, cuja taxa
passou de 0,68% para 0,69%. A inflação na construção caiu de 0,35% para 0,1% no
período.
Fonte: Agência Brasil
Abaixo, notícia da Agência Reuters a
respeito:
RIO
DE JANEIRO, 10 Jan (Reuters) -
Pressionado por preços de alimentos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) encerrou 2013 com alta de 5,91 por cento, dentro da meta oficial
mas acima do resultado do ano anterior, frustrando o objetivo final do governo.
Só em dezembro, o IPCA subiu 0,92 por
cento, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta
sexta-feira, maior resultado mensal desde abril de 2003 (0,97 por cento).
Com isso, 2013 marcou o quarto ano
seguido em que a inflação brasileira fica próxima ou acima de 6 por cento,
repetindo a marca de 2010. Em 2011, a inflação no ano acelerou a 6,50 por
cento, para depois enfraquecer a 5,84 por cento em 2012. A meta do governo é de
4,5 por cento, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Os resultados ficaram bem acima da
expectativa em pesquisa da Reuters, cuja mediana apontava alta mensal de 0,82
por cento em dezembro e de 5,82 por cento no ano passado.
De acordo com o IBGE, em 2013 o
principal impacto veio de Alimentação e Bebidas, com alta acumulada de 8,48 por
cento. Embora tenha desacelerado ante 2012 (9,86 por cento), o grupo ainda teve
impacto de 2,03 pontos percentuais no índice do ano passado.
O resultado do IPCA no ano só não foi
pior porque, em janeiro, o governo promoveu forte redução no valor das tarifas
de energia elétrica e, em meados do ano, o aumento dos preços do transporte
público foi revogado em várias capitais após intensas manifestações populares.
Os preços de energia elétrica
residencial fecharam o ano passado com queda de 15,66 por cento, tendo impacto
de -0,52 ponto percentual no IPCA, segundo o IBGE.
Já Transportes, apesar da revogação
da alta das tarifas, ainda subiu 3,29 por cento no ano, ante 0,48 por cento em
2012, com impacto de 0,64 ponto percentual no IPCA fechado em 2013.
O IBGE informou ainda que, na
variação mensal, o maior destaque do IPCA em dezembro coube ao grupo
Transportes, com alta de 1,85 por cento, ante 0,36 por cento em novembro.
MAIS APERTO
Sem conseguir colocar a inflação na
trajetória para a meta, o governo acabou assumindo o discurso de que entregaria
o IPCA do ano passado abaixo do visto em 2012. Em agosto passado, por exemplo,
o próprio presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, chegou a afirmar que
esse era o objetivo.
Para tanto, em abril o BC deu início
a um ciclo de aperto monetário que não terminou ainda e tirou a Selic da mínima
histórica de 7,25 por cento para o atual patamar de 10 por cento. A expectativa
de economistas era de que a taxa básica de juros vá a 10,50 por cento no final
deste ano segundo última pesquisa Focus do BC.
Na próxima semana, o Comitê de Política
Monetária (Copom) do BC fará sua primeira reunião de 2014 e as estimativas são
de que haverá alta de 0,25 ponto percentual na Selic.
(Por Rodrigo Viga Gaier e Felipe
Pontes; Texto de Camila Moreira; Edição de Patrícia Duarte)