Depois
de duas quedas no primeiro e segundo trimestres desse ano, o índice de
Atividade Econômica do BC (IBC-Br) do Banco Central, espécie de prévia do PIB,
registrou crescimento de 0,59% no terceiro, saindo da condição de recessão
técnica.
No final de agosto, quando foi divulgado o resultado do segundo
trimestre, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia negado o estado de
recessão técnica no País e anunciado expectativa de que a situação melhoraria
nos próximos meses, pois, segundo ele, alguns entraves do segundo trimestre não
iriam "se repetir".
"Não se deve falar em recessão porque recessão é uma parada
prolongada, como ocorreu nos países europeus com vários meses conseguidos de
PIB negativo. Aqui estamos falando de um trimestre, no máximo dois, e a
economia está movimento. Recessão é quando você tem desemprego aumentando, a
renda da população caindo. Aqui temos o contrário", comentou ele à época.
A presidente Dilma Rousseff também afirmou na ocasião que a
turbulência era momentânea. "O governo está criando condições para que no
próximo trimestre haja uma grande recuperação", comentou Dilma em agosto.
Ela justificou que a queda do segundo trimestre se devia ao número de feriados,
"o maior da história", devido à Copa do Mundo. Leia abaixo reportagem
da agência Reuters sobre o resultado de julho a setembro:
Economia brasileira cresce 0,59% no 3º tri e sai da recessão,
indica BC
SÃO PAULO (Reuters) - A economia brasileira acelerou o ritmo de
crescimento em setembro para fechar o terceiro trimestre no azul, mostrou o
Banco Central nesta segunda-feira, numa indicação de que o país deve ter saído
da recessão técnica.
O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado
espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), avançou 0,59 por cento
entre julho e setembro sobre o segundo trimestre, quando houve queda de 0,79
por cento sobre janeiro-março.
Só em setembro, o indicador subiu 0,40 por cento sobre agosto,
quando havia subido 0,20 por cento sobre o mês anterior. O resultado de
setembro veio acima do esperado pelo economistas consultados pela Reuters, cuja
mediana apontava para alta de 0,14 por cento.
No primeiro semestre deste ano, a economia brasileira entrou em
recessão, levando os agentes econômicos a piorarem suas projeções. Pesquisa
Focus do BC mostrou que, pela mediana das contas, o PIB crescerá 0,21 por cento
neste ano, muito aquém da expansão de 2,5 por cento de 2013.
O cenário de fraco crescimento vem junto com o de inflação
elevada, que levou o BC a iniciar um novo ciclo de aperto monetário no final do
mês passado.
O IBC-Br também mostra estagnação no acumulado do ano até
setembro, com ligeira alta de 0,01 por cento, sendo que em 12 meses, tem alta
de 0,60 por cento.
Apesar dos melhores números trazidos pelo indicador, a economia
brasileira não consegue mostrar sinais mais consistentes de aceleração.
Em setembro, a produção industrial interrompeu dois meses
seguidos de alta, ao mesmo tempo em que o varejo desacelerava a expansão.
O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores
básicos da economia: serviços, indústria e agropecuária, assim como os impostos
sobre os produtos.