A ex-ministra Marina Silva e
o pré-candidato a presidente da República Eduardo Campos disseram neste domingo
que a aliança Rede - PSB não será imposta nos estados nas eleições de 2014.
A criadora do 'clandestino'
Rede (não obteve registro no Superior Tribunal de Justiça – STJ) disse em
coletiva em Brasília, que os dirigentes das legendas estarão livres para fazer
coligações de modo a observar o melhor para as questões locais.
"A nossa aliança não é
verticalizada, não estabelece para a lógica dos estados a mesma lógica que
temos no plano federal", disse Marina. Ela e o governador de Pernambuco
participaram hoje do primeiro seminário programático da Rede, realizado em
Brasília e que também teve a presença de caciques do PSB.
Marina citou São Paulo e
Paraná como exemplos de onde provavelmente não será possível Rede e PSB
caminharem juntos. "Em alguns casos, como do Paraná, a Rede está apoiando
a candidatura do PV, da deputada Rosane Ferreira, e o PSB está mantendo o mesmo
processo de discussão que já estava com o PSDB".
Em São Paulo a ex-ministra
descarta possibilidade de os adeptos da Rede darem apoio ao tucano Geraldo
Alckmin no seu projeto de reeleição. Alckmin, contudo, deverá ter apoio do PSB
de Eduardo Campos, que espera reciprocidade no seu palanque presidencial num
possível segundo turno sem participação do senador Aécio Neves.
Apesar das explicações à
imprensa, Marina, contudo, disse que a "estratégia" é priorizar a
discussão do conteúdo programático da candidatura nacional. Daí, segundo ela, o
direcionamento do projeto presidencial ajudará na composição das alianças
locais. "O conteúdo não pode ser incoerente com a forma".
Eduardo Campos concordou com
a criadora da Rede acerca das peculiaridades regionais. "Problemas nos
Estados o nosso partido dentro dele próprio já tem, imagina quando a gente soma
os dois", disse em tom descontraído o presidenciável pernambucano.
O socialista, sem citar
nomes, usou como parâmetro para dificuldades de alianças a conturbada relação
do PT da presidente Dilma Rousseff com o PMDB do vice, Michel Temer.
"Ora, há 90 dias (antes
da aproximação com Marina Silva) estávamos em uma linha. Fizemos outra e hoje a
gente tem muito menos problema do que eles que vivem juntos a todo tempo".
Eduardo procurou, mais uma
vez, passar ideia de que Marina e a Rede também serão protagonistas no pleito
que se aproxima. "Não precisamos ficar dando explicação um ao outro sobre
posição que tomamos".