Rio de
Janeiro – A expectativa de vida ao nascer no Brasil chegou a 74,6 anos em 2012,
segundo dados divulgados hoje (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) noDiário
Oficial da União. Em 2011, a expectativa de vida era 74,08 anos.
O
número varia de acordo com a idade do brasileiro. Para um brasileiro de 40
anos, por exemplo, a estimativa é que ele viva até os 78,3 anos. Já para
pessoas acima de 80 anos, a expectativa é que vivam mais 9,1 anos.
A expectativa de vida do
brasileiro aumentou 11,24 anos de 1980 (62,52 anos) a 2010 (73,76 anos). O
resultado faz parte da pesquisa Tábuas de Mortalidade 2010 – Brasil, Grandes
Regiões e Unidades da Federação, divulgada hoje (2), pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o gerente de Componentes de Dinâmica
Demográfica do IBGE, Fernando Albuquerque, com o resultado de 2010, o Brasil
ocupa o 91º lugar no ranking da Organização das Nações
Unidas (ONU) sobre expectativa de vida. O Chile está na 34ª posição e a
Argentina, na 59ª. No grupo Brics (formado por Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul), o país fica atrás apenas da China (70º). Depois do Brasil,
estão Rússia (134º), Índia (149º) e África do Sul (179º).
Na Região Nordeste, para cada mil pessoas que atingiram 60 anos de
idade, 656 não chegaram aos 80 anos em 1980. Trinta anos depois, o número caiu
para 503. “É um fato importante porque está ligado ao envelhecimento da
população. Cada vez mais as pessoas estão chegando a idades mais avançadas.
Isso foi de maneira geral. Na Região Sul, em 1980, para cada mil pessoas que
atingiam 60 anos de idade 635 não chegavam aos 80. Em 2010, nesta mesma faixa,
427 não atingiriam os 80.”
O gerente destacou que, além dos avanços tecnológicos da medicina,
as políticas sociais contribuem para a diminuição da mortalidade. “Os programas
de transferência de renda permitem ao idoso ter acesso aos medicamentos. Nesta
faixa etária, as enfermidades são diferentes das do restante da população. São
doenças crônicas que têm que ter assistência do governo. Isso está sendo
feito”, acrescentou.
A maior diferença das expectativas de vida entre homens de
mulheres foi registrada no estado de Alagoas. De acordo com a pesquisa, as
mulheres vivem 9,37 anos a mais que os homens. O estado foi o que mostrou o
maior índice de sobremortalidade (7,4 vezes), resultado da divisão da taxa de
mortalidade dos homens pela das mulheres, na faixa entre 20 e 24 anos,
determinando a possibilidade de um homem não chegar aos 25 anos. Em 1980 o
índice era de 1,7 vez.
“Esse
crescimento de 1,7 em 1980 para 7,4 em 2010 evidencia um aumento muito forte
dos atos violentos na população masculina em Alagoas. Os óbitos são por causas
diversas, homicídios, suicídios acidentes de trânsito. Nesse grupo, entre 20 e
24 anos, a maioria é homicídios e acidentes de trânsito”, explicou.
A região com a taxa mais alta de expectativa de vida em 2010 foi a
Sul (75,84 anos), seguida da Sudeste (75,40), Centro-Oeste (73,64 anos),
Nordeste (71,20 anos) e Norte (70,76 anos). O gerente explicou que o
desenvolvimento da Região Sul é um processo percebido ao longo dos anos.
Entre os estados, Santa Catarina foi o que teve o maior
crescimento tanto em homens (73,73 anos) como em mulheres (79,90). No total,
ficou com 76,80 anos. A menor taxa foi encontrada no estado do Maranhão
(68,69).