Senadores da oposição
querem que Procurador Geral da República abra investigação formal sobre compra
da refinaria de Pasadena pela Petrobras; se autodenominam “os independentes”;
estratégia de cercar o governo por todos os lados cresceu após críticas
desfechadas por presidenciável Aécio Neves; blitzkrieg no Congresso para
aprovar CPI; líder da minoria na Câmara, deputado Domingos Sávio (PSDB-MG)
apresenta projeto de resolução para a criação de comissão na Casa; líder do
PPS, deputado Rubens Bueno (PR) defende CPI Mista; líder tucano na Câmara,
Antônio Imbassahy (BA) convocará diretor exonerado Nestor Cerveró; outros oito
requerimentos serão apresentados hoje por PSDB e DEM em comissões
diferentes para ouvi-lo; PT garante ter votos suficientes para barrar
ofensiva contra o governo; luta de gigantes; Pedro Simon (PMDB-RS) entre 'os
independentes'

Auto-denominado
‘independentes’, um grupo de senadores da oposição pediu nesta terça-feira 25
formalmente à Procuradoria Geral da República a abertura de investigação contra
a presidente Dilma Rousseff sobre a compra da refinaria de Pasadena, em 2006,
pela Petrobras. Dilma era presidente do Conselho de Administração da companhia.
A iniciativa faz parte de um movimento mais amplo da oposição – e pode definir
a extensão do cerco ao governo em cima do negócio ocorrido oito anos atrás.
Fazem parte do grupo que pediu a abertura da investigação contra
a presidente os senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Randolfe Rodrigues
(PSOL-AP), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Pedro
Taques (PDT-MT), Ana Amélia Lemos (PP-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF).
Esta terça-feira 25 será decisiva para a criação de uma CPI da
Petrobras no Congresso. Liderada pelo senador e pré-candidato a presidente
Aécio Neves (PSDB-MG), a oposição tem defendido com unhas e dentes uma maior
investigação sobre a compra, pela estatal, da refinaria de Pasadena, nos
Estados Unidos. A reunião será realizada a partir das 15 horas, na liderança do
PSDB no Senado.
Líderes de partidos da oposição na Câmara e no Senado se reúnem
nesta tarde para articular a estratégia de criação de uma comissão sobre o
caso. Para Aécio, a resposta divulgada pela presidente Dilma Rousseff na semana
passada explicando as circunstâncias da aquisição é "insuficiente",
por isso ressalta a necessidade de uma CPI a fim de "dar respostas à
sociedade".
O líder da Minoria na Câmara, deputado Domingos Sávio (PSDB-MG),
pretende apresentar um projeto de resolução para a criação da CPI na Casa.
Segundo ele, os partidos de oposição se organizam para conseguir o apoio de
parlamentares da base governista.
"Queremos que não seja uma CPI política ou da oposição,
mas, sim, uma CPI de interesse do povo para esclarecer um assunto que envolve a
maior empresa pública brasileira", disse. "Nossa proposta, embora
apresentada pela oposição, é para ser abraçada por todos", completou.
Líder do PPS na Câmara, o deputado Rubens Bueno (PR) defende a
criação de uma CPI Mista. "Precisamos investigar esse negócio pra lá de
suspeito na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, que tem instrumentos para
isso", afirmou. Segundo ele, a criação de uma CPI é "para o bem da
estatal, do Brasil e da transparência no trato com os bens públicos".
A oposição também tentará convidar o ex-diretor da Petrobras e
responsável pela elaboração de um laudo "falho", segundo a presidente
Dilma, que baseou a decisão da compra de Pasadena, Nestor Cerveró, a prestar
esclarecimentos na Câmara. A ofensiva envolve nove requerimentos, que serão
apresentados por DEM e PSDB em comissões diferentes nesta terça-feira.
São necessárias 171 assinaturas de deputados para o projeto de
resolução que cria a CPI. Depois disso, a proposta deve ser votada pelo
Plenário da Câmara. Outra iniciativa também em andamento é a de criação de uma
CPI mista, de deputados e senadores, para investigar o mesmo assunto. Nesse
caso, além dos 171 deputados, 27 senadores devem assinar o requerimento, que
não precisa ser votado pelo Plenário do Congresso.
Opinião
do governo
O líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), criticou
as iniciativas da oposição. Ele afirmou que as acusações têm endereço certo, em
ano eleitoral.
"Falaram que a presidência da República é a 'principal
autoridade nessa negociata'; ninguém pode se dirigir nesses termos à nação
brasileira, colocando a Presidência da República ou tentando colocá-la sob
suspeição", declarou. "Até porque Dilma foi de uma honestidade
intelectual que muitos não tiveram no cargo que ela ocupa hoje", concluiu
Chinaglia.
Com
informações da Agência Câmara