BRASÍLIA
- O deputado João Paulo Cunha (PT-SP), preso na última terça-feira, entregou
nesta sexta-feira na Secretaria-Geral da Mesa da Câmara sua renúncia. João
Paulo foi condenado no processo do mensalão a nove anos e quatro meses de
prisão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.
"Com
a consciência do dever cumprido e baseado nos preceitos da Constituição Federal
e no Regime Interno da Câmara, renuncio ao mandato", diz João Paulo no
documento entregue à Câmara.
No
preâmbulo da carta de renúncia, ele cita o escritor cubano Leonardo Padura:
"pois a dor e a miséria figuram entre aquelas poucas coisas que quando
repartidas tornam-se sempre maiores".
O líder
do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), disse que cabe ao partido respeitar
a decisão de João Paulo.
— É uma
decisão única e exclusiva dele. Cabe a nossa bancada e nosso partido o maior
respeito a essa decisão e apoiá-lo na luta para que ele prove sua inocência —
disse o líder.
Condenado
no mensalão, João Paulo começou a cumprir pena no Complexo Penitenciário da
Papuda em regime semiaberto, que permite trabalho externo durante o dia. O
preso tem que voltar para dormir na prisão.
Na
quinta-feira, antes da renúncia ao mandato, João Paulo chegou a entrar com
pedido na Vara de Execuções Penais ( VEP) do Distrito Federal para trabalho
externo na Câmara dos Deputados.
Penas
superiores a oito anos levam ao regime fechado. Mas como ainda tem um recurso
para ser julgado no crime de lavagem, por enquanto ele cumpre uma pena menor,
de seis anos e quatro meses.