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Câmara dos Deputados aprovou hoje (4) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
426/2014, que aumenta o repasse da União para o Fundo de Participação dos
Municípios (FPM).
A PEC aumenta o repasse atual, de 23,5%, para 24,5%. O texto foi
aprovado, em primeiro turno, por 368 votos. De acordo com a proposta, o aumento
será escalonado: 0,5% em julho de 2015 e 0,5% em julho de 2016. O texto ainda
precisa ser votado em segundo turno.
Atualmente, a Constituição determina o repasse de 48% da
arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), sendo 21,5% para o Fundo de Participação dos Estados e
do Distrito Federal (FPE), 23,5% para o FPM e 3% para os programas de
financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Com
a mudança, a União deverá repassar 49%.
De acordo com o relator da PEC, deputado Danilo Forte (PMDB-CE),
o custo estimado para a União repassar a mais, ao FPM, em 2015, será R$ 3,5
bilhões. O repasse deverá ser feito nos primeiros dez dias do mês de julho.
Alguns deputados chegaram a criticar o percentual de 1%. O líder
do PSC, deputado André Moura (SE), chegou a defender um aumento de 2%, sob o
argumento de que seria o aumento que os prefeitos queriam. Posição também
defendida pelo líder do PV, deputado Sarney Filho (MA). “Vamos votar a favor da
PEC, mas não nos sentimos satisfeitos com os efeitos dela. É apenas o começo
[para o] que as prefeituras precisam, mas não é suficiente”, disse.
Em favor do aumento, o deputado Sibá Machado (PT-AC) disse que o
governo atual não pode ser responsabilizado pela falta de recursos nos
municípios. Ele chamou a atenção para o aumento do número dos municípios, na
década de 90. “No ano de 1992, criou-se a farra do boi para criação dos
municípios, com impacto no governo. Hoje, 50% do PIB [Produto Interno Bruto] é
produzido por apenas 55 municípios”, disse.