VAGNER FREITAS do 247
Desde
seu primeiro mandato como deputado federal, Aécio Neves se destacou no ataque
frontal aos direitos dos trabalhadores. Ele sempre vota em defesa dos
interesses dos empresários.
Como deputado Constituinte, Aécio votou contra a redução de
jornada de trabalho para 40 horas semanais, histórica reivindicação do
movimento sindical, que permitiria a criação de milhões de novos empregos,
aumentaria a qualidade de vida dos trabalhadores e beneficiaria toda a
sociedade. Também como Constituinte, Aécio votou pelo adicional de hora extra
de apenas 50%, defendido pelos empresários, ao invés dos 100%, defendido pelos
representantes dos trabalhadores.
Em 2001, já como presidente da Câmara dos Deputados, ele
trabalhou muito para o Congresso aprovar um projeto que alterava o artigo 618
da CLT, enviado pelo ex-presidente FHC. O projeto flexibilizava totalmente a
legislação trabalhista e tirava direitos como férias e 13º salário. Não foi
adiante porque, em 2003, Lula mandou arquivar o projeto nefasto antes da
aprovação do Senado.
Em
2011, Aécio votou contra a Política de Valorização do Salário Mínimo (SM). Ela
anda dizendo que mente quem faz esta afirmação. Esquece que o Senado registra
para a posteridade todos os áudios e atas de votações. Aécio não pode desmentir
a história. Está lá, basta clicar
aqui, comprovar. "Senador Aécio Neves vota contra", diz o
próprio.
No governo de FHC, o mínimo era de R$ 200. Agora, está em R$
724. Os aumentos do salário mínimo contribuíram para melhorar também os
salários de todas as outras categorias profissionais. Porque aumentou os pisos
salariais e, com isso, empurrou os níveis salariais para cima.
Segundo o IPEA, a formalização do mercado de trabalho e o
aumento do salário dos trabalhadores foram os fatores que mais contribuíram
para a queda da desigualdade social nos últimos anos. Esses fatores superaram
até mesmo outras fontes de renda, como previdência e programas sociais, como o
Bolsa Família.
Aécio, que falou para empresários em ambiente fechado que não
tem medo de tomar medidas impopulares (arrocho salarial e desemprego, entre
outras) fez igual Marina. Com a repercussão negativa, disse em público que não
era bem assim. O tucano só esqueceu de combinar o jogo com o seu ex-futuro
ministro da Fazenda, Armínio Fraga. O economista, principal conselheiro de
Aécio, disse com todas as letras, mais de uma vez, que o salário mínimo está
muito alto no Brasil. Para os tucanos, a única maneira de manter a inflação
baixa é cortando salário, emprego, crédito e aumentando os juros.
Os profissionais de Educação de Minas Gerais foram uma das
categorias que mais sentiram os dramas do tão propalado 'choque de gestão' dos
tucanos. Nas escolas de MG, Estado governado duas vezes por Aécio, falta
infraestrutura, as salas de aula são precárias, mais de 50% escolas de ensino
médio não têm laboratório de ciências nem salas de leitura, 80% sequer tem
almoxarifado. Os investimentos em Educação caíram de 19,36% para 11,53% em
2012. Aécio deixou de cumprir, por vários anos, o investimento mínimo de 25% da
receita em educação, como determina a Constituição. E o Estado não paga o piso
salarial dos professores.
Para piorar, 98 mil profissionais da Educação, efetivados sem
concurso público, estão prestes a perder o emprego. Aécio contratou os
profissionais via CLT. O STF julgou a medida inconstitucional e o governo de MG
precisa resolver a vida desses profissionais, sem prejudicar o funcionamento
das escolas. Pais e mães de família vivem hoje o drama de não saber o que
esperar do futuro, podem ser demitidos a qualquer momento.
E para completar o quadro trágico, Aécio tem um pé na
Casa-Grande e não abre mão da senzala. Ele não quis endossar a
Carta-Compromisso contra o Trabalho Escravo, documento com propostas de governo
para o combate ao crime lançado pela Comissão Nacional para a Erradicação do
Trabalho Escravo (Conatrae).