Um
caso curioso chamou a atenção dos moradores do bairro Campinho, em Vitória da
Conquista, na Bahia. Familiares velaram o corpo de um desconhecido achando que
se tratava de João Marcos Ribeiro, 60 anos, que estava desaparecido há uma
semana. A confusão só terminou quando o próprio João Marcos apareceu no
velório, comprovando que ele ainda estava vivo. “Esse aí no caixão não sou eu
não”, disse o homem.
Segundo
o filho de João, Gilberto Ribeiro, 35 anos, a confusão começou quando boatos de
que seu pai teria morrido em um acidente chegaram até o bairro. “Me falaram que
o meu pai tinha morrido em um acidente. Eu fiquei muito triste e fui até o
Instituto Médico Legal, mas, chegando lá, não deixaram a gente entrar para ver
o cadáver. Esse foi o grande problema”, disse.
De
acordo com Gilberto, o acidente ocorreu na sexta e o corpo ficou até a manhã de
sábado no IML. “Do IML, o cadáver foi direto para a funerária, que preparou o
corpo e levou para a casa da minha mãe, por volta de meio-dia. Chegando lá,
algumas pessoas começaram a estranhar a aparência do corpo”, completou o filho
de João.
Segundo
Gilberto, o cadáver era mais velho e tinha a pele mais escura. Além disso, o
filho não encontrou uma mancha que seu pai tem no rosto, o que o intrigou ainda
mais. “O corpo chegou, mas sabe como é, já tinha passado muito tempo da morte e
fica um pouco diferente. Mas com o passar do tempo, fomos percebendo que não era
o meu pai”, disse.
Quando
concluíram que o cadáver não era de João, familiares saíram à procura do pai
por toda a cidade. “Nós procuramos ele em vários lugares, mas só fomos
encontrar no Centro de Recuperação, para onde ele costumava ir por causa da
bebida. Meu irmão, então, trouxe ele de volta para casa”.
Quando
João chegou ao próprio velório, a notícia do cadáver desconhecido já havia se
espalhado pelo bairro e uma multidão já se reunia em frente ao local do
velório. Até uma viatura da Polícia Militar foi acionada para acompanhar a
movimentação no local.
Segundo
parentes, em um primeiro momento João Marcos ficou nervoso com tanta
movimentação, mas em seguida até achou graça. Para a família, sobrou a sensação
de alívio. "Eu fiquei muito triste quando me falaram que o meu pai tinha
morrido, mas agora que estou vendo ele aqui, vivo, me sinto aliviado. É algo
que não é muito comum de acontecer”, falou Gilberto.
Após
o retorno de João, o IML foi chamado e o corpo foi levado. Não há informações
sobre a identidade do homem que morreu no acidente.
Questionado
se iria entrar com alguma ação judicial contra o IML, o filho de João disse que
não havia pensado nisso. O Terra entrou em contato com o Instituto Médico Legal
da cidade, mas o IML não se pronunciou sobre o ocorrido.