A julgar por suas declarações nos últimos dias, a presidente Dilma
Rousseff está dando claros sinais de que a disputa pelo Planalto agora está
polarizada entre ela e a candidata do PSB, Marina Silva, que já isolou o tucano
Aécio Neves em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto.
Em
Salvador, ontem (29), Dilma criticou Marina por seu posicionamento acerca do
pré-sal. A candidata do PSB defende aumentar a produção de etanol em detrimento
ao petróleo. Em resposta, a presidente afirmou que sua adversária tem
"visão obscurantista".
Hoje
(30), em evento de campanha em Jales-SP, Dilma mandou mais um recado a Marina,
embora, mais uma vez não tenha citado seu nome. A petista criticou
"aqueles que pretendem governar prescindindo dos partidos políticos".
Ao
lado de seu vice, Michel Temer; e do candidato do PMDB ao governo de São Paulo,
Paulo Skaf; ela exaltou a aliança com os peemedebistas, disse que a legenda é
"o partido da democracia", e mandou mais um recado a Marina Silva.
"Numa democracia, quem não governa com partidos está flertando com o
autoritarismo. No mundo, não há um único lugar que se governa sem
partidos".
Ela
também rebateu propostas de seus adversários, entre elas a que "tira do
Brasil o passaporte para o futuro", que é o petróleo do pré-sal.
"Vocês começam a ver a gravidade das propostas que estão ai".
A
outra proposta, segundo ela, impedirá que o governo federal financie o metrô. A
petista explicou como funciona o empréstimo: 30 anos para pagar, cinco anos de
carência, e 5% de taxa de juros. Ela ressaltou que taxa básica de juros, a
Selic, atualmente está em 11% ao ano, mas que, no mercado, é possível encontrar
taxas de 20%, 30%. "Sem banco público, sem subsídio do governo federal,
não tem nenhum investimento em transporte."
As
propostas dos adversários, na interpretação da presidente, são
"aventureiras" e "atrasadas". "Mas fazem parte de uma
proposta aparentemente avançada, demagógica e, sobretudo, não sei a que
interesse serve. Fiquem atentos, olho aberto, vocês têm de escutar essa
questão, que vai afetar a vida de todos nós".
Para
fechar a conta, Dilma pediu aos prefeitos que a escutavam, que ficassem
atentos. "Quem vai vencer essa campanha somos nós e a verdade. Vocês, que
se integram a esse 'nós'. Me ajudaram em 2010 e vão me ajudar agora."