Líder religioso, intelectual e militante de causas sociais, Leonardo Boff acredita que a presidente Dilma Rousseff (PT) "é a melhor opção para o povo brasileiro". Ao explicar sua resposta, ele afirma que "os fatos falam por si". "Até hoje nenhum governo fez políticas públicas cuja centralidade era o povo marginalizado, os invisíveis, considerados óleo gasto e zeros econômicos", avalia. Quem fez isso com sucesso deve poder continuar a fazê-lo e de forma mais profunda e abrangente", acrescenta Boff.
Em entrevista concedida ao jornalista
Paulo Moreira Leite, em seu blog no 247, ele constata haver "um mal
estar generalizado no mundo". "Todos têm a sensação de que assim como
o mundo está não pode continuar. Tem que haver mudanças", ressalta,
reforçando o que diz as pesquisas, segundo as quais mais de 70% da população
desejam mudanças no País, e justificando a causa das manifestações de junho, de
que o brasileiro quer mais do que já consegue hoje.
"Há
ainda um fator novo: as políticas públicas do PT que tiraram 36 milhões da
pobreza foram incorporadas como coisa natural, um direito do cidadão. Ora, o
cidadão não tem apenas fome de pão, de casa, de luz elétrica. Tem outras fomes:
de ensino, de cultura, de transporte minimamente digno, de saúde razoável e de
lazer. A falta de tais coisas suscita uma insatisfação generalizada que faz com
que esta eleição de 2014 seja diferente de todas as anteriores e a mais difícil
para o PT. Precisamos de mudança. Mas dentre os partidos que podem fazer
mudanças na linha do povo, apenas vejo o PT, desde que consolide o que fez e
avance e aprofunde as mudanças novas atendendo as demandas da rua. Dilma é
ainda a melhor para o povo brasileiro".
Questionado
a avaliar a mudança de Marina Silva desde que a conheceu, no Acre, quando foi
sua aluna, até 2014, quando se candidata à Presidência da República pelo PSB,
Boff observa, como primeiro ponto, a mudança de religião. "De um
cristianismo de libertação, ligado aos povos da floresta e aos pobres, passou
para um cristianismo pietista e fundamentalista que tira o vigor do engajamento
e se basta com orações e leituras literalistas da Bíblia".
Para
Boff, a candidatura da ex-senadora "representa uma volta ao velho e ao
atrasado da política, ligada aos bancos e ao sistema financeiro. Seu discurso
de sustentabilidade se tornou apenas retórico". Em sua visão, Marina
não possui a habilidade de articulação. "Se vencer, oxalá não tenha o
mesmo destino político que teve Collor de Mello", prevê. Na entrevista,
ele comenta ainda sobre o pessimismo generalizado no País - "grande
parte induzido por aqueles que querem a todo custo e por todos os meios tirar o
PT do poder" - e dá sua opinião sobre a mídia: "hoje, com a
oposição fraca, eles se constituíram a grande oposição ao governo do PT".
Leia a íntegra da entrevista em Boff: "Fatos falam por si. Dilma é a melhor opção para o povo
brasileiro"