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terça-feira, 2 de setembro de 2014

LEONARDO BOFF AO 247: "DILMA É A MELHOR OPÇÃO"

Líder religioso, intelectual e militante social, Leonardo Boff acredita que "nenhum governo fez políticas públicas cuja centralidade era o povo marginalizado, os invisíveis", como fizeram o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff; sobre Marina Silva, que já foi sua aluna, no Acre, comenta que candidata do PSB se transformou "numa fundamentalista com a mentalidade de alguns líderes muçulmanos" e que não possui habilidade de articulação; "Se vencer, oxalá não tenha o mesmo destino político que teve Collor de Mello", prevê; em entrevista ao blog do jornalista Paulo Moreira Leite, Boff diz que candidatura da ex-senadora "representa uma volta ao velho e ao atrasado da política"

 Líder religioso, intelectual e militante de causas sociais, Leonardo Boff acredita que a presidente Dilma Rousseff (PT) "é a melhor opção para o povo brasileiro". Ao explicar sua resposta, ele afirma que "os fatos falam por si". "Até hoje nenhum governo fez políticas públicas cuja centralidade era o povo marginalizado, os invisíveis, considerados óleo gasto e zeros econômicos", avalia. Quem fez isso com sucesso deve poder continuar a fazê-lo e de forma mais profunda e abrangente", acrescenta Boff.
Em entrevista concedida ao jornalista Paulo Moreira Leite, em seu blog no 247, ele constata haver "um mal estar generalizado no mundo". "Todos têm a sensação de que assim como o mundo está não pode continuar. Tem que haver mudanças", ressalta, reforçando o que diz as pesquisas, segundo as quais mais de 70% da população desejam mudanças no País, e justificando a causa das manifestações de junho, de que o brasileiro quer mais do que já consegue hoje.
"Há ainda um fator novo: as políticas públicas do PT que tiraram 36 milhões da pobreza foram incorporadas como coisa natural, um direito do cidadão. Ora, o cidadão não tem apenas fome de pão, de casa, de luz elétrica. Tem outras fomes: de ensino, de cultura, de transporte minimamente digno, de saúde razoável e de lazer. A falta de tais coisas suscita uma insatisfação generalizada que faz com que esta eleição de 2014 seja diferente de todas as anteriores e a mais difícil para o PT. Precisamos de mudança. Mas dentre os partidos que podem fazer mudanças na linha do povo, apenas vejo o PT, desde que consolide o que fez e avance e aprofunde as mudanças novas atendendo as demandas da rua. Dilma é ainda a melhor para o povo brasileiro".
Questionado a avaliar a mudança de Marina Silva desde que a conheceu, no Acre, quando foi sua aluna, até 2014, quando se candidata à Presidência da República pelo PSB, Boff observa, como primeiro ponto, a mudança de religião. "De um cristianismo de libertação, ligado aos povos da floresta e aos pobres, passou para um cristianismo pietista e fundamentalista que tira o vigor do engajamento e se basta com orações e leituras literalistas da Bíblia".
Para Boff, a candidatura da ex-senadora "representa uma volta ao velho e ao atrasado da política, ligada aos bancos e ao sistema financeiro. Seu discurso de sustentabilidade se tornou apenas retórico". Em sua visão, Marina não possui a habilidade de articulação. "Se vencer, oxalá não tenha o mesmo destino político que teve Collor de Mello", prevê. Na entrevista, ele comenta ainda sobre o pessimismo generalizado no País - "grande parte induzido por aqueles que querem a todo custo e por todos os meios tirar o PT do poder" - e dá sua opinião sobre a mídia: "hoje, com a oposição fraca, eles se constituíram a grande oposição ao governo do PT".


Empresa de vigilância pagou despesas de avião de campanha do PSB

SÃO LOURENÇO DA MATA (PE), SÃO PAULO e RIO — A empresa que pagou as despesas operacionais do avião usado pelos candidatos do PSB à Presidência, Eduardo Campos e Marina Silva, nos primeiros meses de campanha eleitoral, funciona em uma casa simples na periferia de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana de Recife. Registrada oficialmente como firma de vigilância, a Lopes & Galvão Ltda. aparece como pagadora de serviços de parqueamento e atendimento para a aeronave PR-AFA, prestados pela Líder Táxi Aéreo. (Veja o infográfico e entenda o caso)
O GLOBO localizou Genivaldo Galvão Lopes e Luciene Lindalva Lopes, donos da empresa, na casa onde vivem há pelo menos uma década e que funciona como sede da empresa, no bairro Tiúma, antiga vila operária da cidade. Primeiro, os dois negaram ter pagado despesas da aeronave, dando a entender que a firma deles poderia ter sido usada indevidamente.
Nesta segunda-feira, por meio de um advogado, Genivaldo mudou a versão e informou que “pode ter realizado pagamentos a pedido de outras pessoas”. No entanto, preferiu não identificá-las, sob a alegação de que o fará apenas quando for “intimado por autoridades competentes para prestar esclarecimentos”.
— A gente não tem nada a ver com isso, somos pessoas decentes — disse Luciene, ainda na tarde de domingo.
— Eu não gosto nem de avião — completou o marido, na ocasião.

EMPRESA NÃO É CADASTRADA

Embora registrada oficialmente como empresa de atividades de vigilância e segurança privada, a Lopes & Galvão não é cadastrada na Delegacia de Controle da Segurança Privada, da Polícia Federal, como determina a legislação. O casal afirmou que a empresa atua na terceirização de funcionários de serviços gerais, como copeira, diarista e faxineira, para firmas de Recife. E negou qualquer relação política com políticos ou partidos.
— É uma empresa pequena. Resume-se a uma pessoa só, que sou eu — disse Genivaldo.
Uma de suas filhas, Sylney Lopes, de 29 anos, disse não fazer sentido a empresa do pai bancar despesas operacionais de uma aeronave avaliada em US$ 8,5 milhões (R$ 19 milhões).
— Você acha que, se tivéssemos esse dinheiro todo, eu moraria aqui em Tiúma? Longe de tudo, nessa rua... — afirmou, mencionando o bairro onde mora com a família, na periferia de São Lourenço da Mata.
O GLOBO teve acesso ao registro do contrato da Lopes & Galvão com a Líder Táxi Aéreo, para a prestação de serviços no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Antes de a empresa assumir o contrato, os serviços eram pagos pela AF Andrade, antiga proprietária da aeronave, com sede em Ribeirão Preto (SP). O gasto mensal com parqueamento e atendimento de um avião como o usado pelos candidatos do PSB gira em torno de R$ 30 mil mensais. Dependendo dos serviços contratados, a despesa no mês pode alcançar R$ 40 mil, segundo empresas do setor.
O avião foi comprado em maio de 2014 pelo empresário João Carlos Lyra, em sociedade com Apolo Santana Vieira e Eduardo Freire Bezerra Leite, também empresários, para ser usado na campanha de Campos e Marina. O próprio candidato testou a aeronave antes de a compra ser oficializada. Parte dos pagamentos para a AF Andrade foi feita por empresas fantasmas e sem lastro financeiro para quitar o negócio, como mostrou o “Jornal Nacional” na última semana.
O uso do mecanismo levou a PF a suspeitar que os empresários podem ter sido usados como laranjas para a compra do Cessna por alguém ligado diretamente ao PSB, a Eduardo Campos ou próximo a ele. O pagamento de despesas operacionais da aeronave por meio de uma empresa pequena e de outro ramo de atuação só reforça a tese da PF.
Oficialmente, a polícia afirma não ter recebido, ainda, pedido formal de investigação do caso, por parte do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele já determinou a abertura de procedimento para apurar possíveis irregularidades na utilização do jato.
Na primeira declaração de gastos da campanha, o PSB não declarou o uso da aeronave. Depois do acidente, o partido alegou que até o fim da campanha pretendia contabilizar as horas de voo e emitir recibo eleitoral de doação recebida dos empresários João Carlos Lyra e Apolo Santana. Os dois teriam doado ao partido na condição de pessoa física.
Nesta segunda-feira, O GLOBO perguntou ao PSB quem pagou pelas despesas operacionais do avião, se o partido ou os empresários que supostamente o doaram à campanha. Por meio da assessoria, o partido informou que não vai se posicionar sobre o assunto e que todos os esclarecimentos estavam em nota oficial divulgada na última semana. O texto não responde à pergunta.
O advogado indicado por Genivaldo Galvão Lopes para apresentar sua versão para o caso é o criminalista Ademar Rigueira, o mesmo contratado pela viúva de Eduardo Campos, Renata Campos, para acompanhar, em nome da família, as investigações sobre o acidente que matou o ex-governador de Pernambuco e outros seis assessores em 13 de agosto, em Santos (SP).
ATÉ ADVOGADO ESTRANHA
Perguntado sobre a coincidência, Rigueira afirmou não ser advogado constituído de Genivaldo, e apenas ter sido procurado por ele para obter uma orientação.
— Ele pode ter lido meu nome em jornais, sou um profissional conhecido em Recife — disse o defensor.
Rigueira disse considerar estranho que despesas da aeronave tenham sido pagas por uma empresa do porte da Lopes & Galvão.
— Eles vão ter que explicar. Eu não sei (por que a empresa pagou). Você tem razão em estar questionando isso — afirmou o advogado.
A Força Aérea Brasileira está investigando as causas do acidente. A Polícia Civil de SP e a Polícia Federal também abriram inquérito sobre o desastre. As duas polícias têm como outra tarefa identificar devidamente os verdadeiros donos do jato. A informação é importante para nortear ações e pedidos de indenização de moradores de Santos que tiveram algum tipo de prejuízo com o acidente. Pelo menos 50 pedidos de indenização já foram apresentados à polícia. (*Especial para O GLOBO)



Homem tenta salvar sobrinha e acaba morto com golpes de foice

 

O homicídio aconteceu na tarde desta segunda feira (1°), por volta das 17h, no povoado Carambola, município de Vitorino Freire.
A vítima foi identificada apenas como “Zaqueu”, e morreu após tentar salvar a sobrinha de ser agredida e morta pelo ex-companheiro.
De acordo com informações policiais, um casal começou a discutir e o clima foi esquentando, momento em que Zaqueu, tio da mulher identificada como “Mara”, saiu em defesa da parente para evitar que “Edson”, o ex-marido dela, não o agredisse fisicamente.
Edson, não conformado com a separação, desferiu golpes de foice nos dois, Mara caiu no chão e Zaqueu tentou ajudá-la, mas foi atingido por vários golpes, caindo ao solo.
Uma ambulância foi acionada para tentar socorrer Zaqueu, mas a equipe médica já encontrou a vítima sem vida.
A sobrinha dele foi atendida no local e depois a conduziram até o Hospital Municipal de Paulo Ramos. Seu estado de saúde é considerado gravíssimo.

Várias guarnições da Polícia Militar realizaram diligências nas proximidades a fim de localizar o criminoso, mas ainda não conseguiram prendê-lo.

MARINA RECONHECE 'FALHAS', MAS PERDE APOIO GAY

A segunda-feira terminou mais tarde para a presidenciável do PSB, Marina Silva. Após o debate realizado pelo SBT, pelo jornal Folha de S. Paulo, pela rádio Jovem Pan e pelo portal Uol, a candidata concedeu entrevista ao Jornal da Globo.
Logo no início da entrevista, a pessebista foi questionada sobre as alterações no seu programa de governo menos de 24 horas após o lançamento, entre elas um recuo em relação a algumas reivindicações do movimento LGBT, e se esse comportamento correspondia a uma concessão à religião num estado laico.
Marina explicou que houve um erro de processo e que a equipe do programa de governo foi responsável pela correção. "Eu nem interferi nesse processo. Aconteceram duas falhas", explicou a candidata do PSB, citando o trecho do plano que sinalizava que o governo de Marina ampliaria a participação da energia nuclear na matriz energética do Brasil.
A outra falha apontada pela presidenciável foi que "o documento que foi encaminhado como contribuição pelo movimento LGBT, não foi considerado documento da mediação do debate, foi um documento tal qual eles enviaram", reforçando que foi feita uma correção, porque houve uma mediação no debate. "Os direitos civis da comunidade LGBT, o respeito à sua liberdade individual, o combate ao preconceito, isso está muito bem escrito no nosso programa, melhor do que dos outros candidatos", completou.
Pressionada sobre sua posição em relação ao casamento gay, Marina voltou a dizer que respeita a liberdade das pessoas, independente da condição social, de raça ou de orientação sexual. Ela acrescentou que o seu programa de governo defende a união civil entre pessoas do mesmo sexo, mas não o casamento.
Bíblia: fonte de inspiração
Indagada sobre as especulações de que recorreria à Bíblia em momentos cruciais e se isso poderia intervir em suas decisões como governante, Marina explicou que todos agem com a avaliação realista dos fatos, mas defendeu que todos têm uma subjetividade.
"Uma pessoa que crê, obviamente que tem na Bíblia uma referência, assim como tem na referência a arte, a literatura", disse a ex-senadora, acrescentando que as pessoas estão tentando atribuir à ela uma imagem de fundamentalista.
"A Bíblia é uma fonte de inspiração pra qualquer pessoa que é cristã ou que é um judeu, mas existem outras fontes de inspiração, às quais eu já me referi. As decisões são tomadas com base racional pra todas as pessoas", afirmou a candidata do PSB.
Crise política
Questionada sobre a crise da democracia representativa citada em seu programa de governo, a presidenciável sinalizou que tem criticado a crise política e que as pessoas não deveriam fazer vistas grossas para o que está acontecendo. "A gente precisa aprofundar a nossa democracia. É preciso ampliar a participação das pessoas, ao mesmo tempo melhorar a qualidade da representação e das nossas instituições", relatou a pessebista.
Durante a entrevista, Marina disse ainda que pretende aperfeiçoar a democracia, democratizá-la, combinando a participação correta e legítima dos cidadãos assegurada pela Constituição. "Nós somos eleitos para representar, não é para substituir o representado", resumiu.
Economia em 2015
No segundo bloco de perguntas, a pessebista foi questionada sobre como conduziria a economia brasileira no ano que vem, caso sua vitória fosse confirmada nas urnas. Marina foi contundente ao dizer que é preciso recuperar o tripé da política macroeconômica do país.
"A presidente Dilma ganhou o governo dizendo que ia fazer a baixa dos juros, que iria reduzir a inflação e que iria fazer o nosso país crescer. O nosso país não está crescendo, a inflação está aumentando e os juros estão subindo. É fundamental que o país tenha estabilidade econômica para que a gente não perda as conquistas que já alcançamos, inclusive as conquistas sociais, e que a gente possa aumentar o investimento. E, para aumentar investimento, é fundamental que se readquira confiança", explicou.
A candidata do PSB ao Planalto reiterou o compromisso de não aumentar os impostos e que pretende dar eficiência ao gasto público. "Tem muitos desperdícios, inclusive o desperdício da corrupção, e quando o país volta a crescer, a gente vai conseguindo o espaço fiscal para poder fazer os investimentos sociais", disse Marina.
Pré-sal é uma das prioridades
A ambientalista explicou ainda que assim como educação e saúde, o pré-Sal também é uma de suas prioridades e reforçou quer dar um passo à frente em sua gestão. "Vamos investir em energia limpa com o uso da biomassa, o uso do vento, o uso do sol", pontuou a pessebista. "O petróleo é uma necessidade do planeta. Ainda não se conseguiu a fonte de geração de energia que vai substituir esse combustível fóssil", complementou.
Além disso, Marina foi questionada sobre quando aumentaria o preço da gasolina para salvar o etanol, do qual é uma entusiasta declarada. A candidata do PSB não poupou críticas ao governo em sua resposta. "Essa política desastrosa do governo, que está subsidiando gasolina, inclusive fazendo a importação desse combustível com um preço elevado, acabou destruindo a indústria do etanol", defendeu a presidenciável. "Espero que os preços administrados pelo governo possam ser corrigidos pelo próprio governo e criarmos os mecanismos", acrescentou.
Coordenador do programa LGBT deixa o PSB

247 - O recuo da campanha de Marina Silva nas propostas à comunidade gay provocou a perda do apoio de Luciano Freitas, secretário nacional do comitê LGBT do PSB.