A
capital do Maranhão ganhou as manchetes nas últimas semanas
depois de uma onda de violência nos presídios do estado. Presos foram mortos
por companheiros de cela. De dentro da penitenciária de Pedrinhas, partiram
ordens para que ônibus fossem incendiados. Uma garota de seis anos morreu
queimada.
Uma
semana depois, a governadoraRoseana Sarneyx, do PMDB, se pronunciou sobre os
ataques.
“É
um estado que está se desenvolvendo, um estado que está crescendo. E um dos
problemas que está piorando a segurança é que o estado está mais rico, mais
populoso também”, disse Roseana Sarney,PMDB, governadora do
Maranhão. O
crescimento do Maranhão mencionado pela governadora, e a qualidade de vida da
população do estado, são o assunto da reportagem de Tiago Eltz.
De
fato, é verdade: o Maranhão ficou mais rico. De acordo com os últimos números
do IBGE, o PIB do estado
cresceu 15,3% entre 2010 e 2011. Bem acima do crescimento do Brasil no mesmo
período, que foi de 2,7%. O problema é que esse crescimento não se traduziu em
melhoria de vida para os moradores. O Maranhão é também um dos piores nos
índices sociais do país.
São Luís é
uma cidade turística, com muitas praias. O palácio do governo, um prédio
imponente, fica à beira-mar. De lá se tem uma visão privilegiada das
desigualdades da cidade.
Proporcionalmente
à população, em nenhum estado do Brasil morrem mais crianças do que no
Maranhão. A média é quase o dobro da nacional. E quem vive lá, vive menos. O
Maranhão é o único estado onde a expectativa de vida não chega aos 70 anos. A
média brasileira é de quase 75 anos.
É
só chegar às áreas mais pobres para entender o porquê. “Estou muito tempo sem
água aqui. Nós estamos nos aventurando para ver se a gente consegue alguma
coisa. Até vir uma limpa. Agora está fedendo”, declara Uéldon dos Santos,
desempregado.
Lá, metade da população não tem água tratada em casa. Quase 90% não tem esgoto. “Meu filho até pegou problema de rim porque a água aqui é cheia de infecção”, conta Josenira Pereira, dona de casa.
Os
contrastes estão por todo lado. Em um local o progresso chegou com a construção
de uma avenida e mudou a vida dos moradores, mas não do jeito que eles queriam.
Lá, metade da população não tem água tratada em casa. Quase 90% não tem esgoto. “Meu filho até pegou problema de rim porque a água aqui é cheia de infecção”, conta Josenira Pereira, dona de casa.
Os
contrastes estão por todo lado. Em um local o progresso chegou com a construção
de uma avenida e mudou a vida dos moradores, mas não do jeito que eles queriam.
As
desigualdades no estado se refletem também nas estatísticas sobre segurança. O
Maranhão tem a pior relação de policiais militares por habitantes. Tem um PM
para cada 916 moradores. São Paulo tem um PM
para cada 462, e o Rio um para cada 371 habitantes.
A
governadora Roseana Sarney foi insistentemente procurada pra falar sobre o
quadro que essa reportagem apresenta, mas preferiu que o secretário de
desenvolvimento social falasse.
O
secretário Fernando Fialho diz que as políticas sociais já apresentam
resultados, que começam a ser sentidos pela população.
“A
melhoria das condições sociais no Brasil tem sido um desafio que tem sido
enfrentado de frente por todas as esferas do governo. A redução da extrema
pobreza, vale salientar, no Maranhão, nesses últimos anos, nós tivemos um
redução captada pela PNAD, agora de 2012, de 22% para 12% na extrema pobreza do
Maranhão” Fernando Antônio Brito Fialho. secretário de Desenvolvimento Social
do Maranhão.
De
acordo com o secretário, por causa da lei de responsabilidade fiscal, o estado
teve que sanar as dívidas para depois começar a investir, o que aconteceu a
partir de 2012. Ele destacou a construção de estradas ligando o interior do
estado, o que facilitará o acesso a produtos e à saúde, além de melhorar a
economia, com escoamento mais rápido da produção.
"Com o
funcionamento da rede total de hospitais que estão sendo feitos no estado, com
a melhoria dos acessos a todas as cidades, interligação através de rodovias,
que permitam o melhor fluxo econômico do estado com a conclusão desses
investimentos que estão trazendo mais oportunidades de emprego/renda, com a
capacitação que está acontecendo, eu não tenho dúvida de que essa realidade,
que já está mudando, como demonstram os indicadores de forma mais acelerada,
agora nos próximos dois a quatro anos seguintes, será diferente", declara
o secretário de Desenvolvimento Social do Maranhão.
Tiago
Eltz