RIO – A taxa de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas (Rio de
Janeiro, São Paulo, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador) ficou em
4,8% em janeiro, informou nesta quinta-feira a Pesquisa Mensal de Emprego
(PME), do IBGE. É a menor taxa para o mês desde o início da série histórica, em
2002. A renda média real do trabalhador teve alta de 0,2% na comparação com
dezembro, para R$ 1983,80.
A taxa
de desemprego em janeiro ficou 0,5 ponto acima da de dezembro, mas ainda é
menor do que a de janeiro do ano passado, de 5,4%. O contingente de desocupados
ficou em 1,2 milhão de pessoas. A massa de rendimento real habitual ficou em R$
46,2 bilhões em janeiro, uma queda de 1% em relação a dezembro.
Segundo Adriana Berenguy, técnica do IBGE, a demissão de
trabalhadores temporários, que tradicionalmente ocorre nos meses de janeiro,
aliado a um adiamento de procura por trabalho no primeiro mês do ano explicam a
alta da desocupação no total das seis regiões.
— Pode ser além da dispensa, um adiamento pela procura por
trabalho. É um efeito que acontece todos os anos: saímos de uma taxa que
costuma ser mais baixa em dezembro, e sobe em função da dispensa de trabalhadores
no mês de janeiro. Em Recife e em São Paulo, houve alta da desocupação, o que
repercutiu para o total das seis regiões. No Rio, verifica-se uma estabilidade
e pode ser que o fato de o carnaval estar sendo deslocado para março e um mês
de férias largo esteja adiando a dispensa de temporários — afirma.
O total de empregados com carteira assinada caiu 0,4% em relação
a dezembro. Por grupamento de atividade, a indústria abriu 66 mil postos, alta
de 1,9% em relação a dezembro. Já o comércio fechou 105 mil vagas, recuo de
2,3% na mesma comparação. Na construção civil também houve queda de 1,7% na
ocupação.
O Rio de Janeiro foi a única das seis regiões a apresentar
ligeiro recuo na variação da taxa de desocupação entre dezembro e janeiro.
Passou de 3,7% para 3,6%. Na outra ponta, Recife teve o maior avanço no
desemprego, que passou de 5,9% para 7,4%.
O número de desocupados – ou seja, as pessoas que não têm
trabalho, mas estão procurando – foi estimado pelo IBGE em 1,2 milhão de
pessoas nas seis regiões pesquisadas. Houve alta de 9,6% na comparação com
dezembro.
Em
2013, apesar do baixo crescimento, a taxa de desemprego ficou em 5,4%, a mais
baixa da série histórica, iniciada em 2002. Em dezembro, fora de 4,3%. Já o
salário médio do trabalhador aumentou 1,8%, menos da metade dos 4,2% de 2012.
Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged),
divulgado pelo Ministério do Trabalho, o Brasil teve em 2013 o pior resultado
em dez anos para a geração de emprego formal. O país criou 1.117.717 postos de
trabalho com carteira assinada, uma queda de 14% na comparação com o total de
1.301.842 empregos criados em 2012.
Pnad Contínua trará taxa nacional
A taxa média de desemprego nacional passou a ser medida pela
Pnad contínua, que pesquisa o mercado de trabalho em cerca de 3.500 municípios
de todo o país. O primeiro resultado mostrou que o desemprego no segundo
trimestre de 2013 ficou em 7,4%, índice superior aos 5,9% registrados nas seis
regiões metropolitanas analisadas pela PME. De acordo com a Pnad, em 2012 a
taxa média de desemprego do país foi de 6,2%.
A principal diferença entre a PME e a Pnad Contínua é a
abrangência da pesquisa. A PME acompanha o mercado de trabalho nas seis maiores
regiões metropolitanas brasileiras. Já a Pnad Contínua dá um retrato mais amplo
e levanta dados de 3.464 municípios.
Até então, os dados nacionais a respeito de mercado de trabalho
só eram pesquisados uma vez ao ano, pela Pnad antiga e a divulgação ocorria com
um ano de defasagem. A abrangência também era menor: 1.100 municípios.