Após registrar taxa de divórcios recorde em 2011, o
Brasil apresentou em 2012 o primeiro recuo no número de dissoluções
matrimoniais desde a mudança na Constituição que, em 2010, facilitou o
processo. Os números fazem parte das Estatísticas do Registro Civil divulgadas
nesta sexta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Segundo a pesquisa, em 2012 o país registrou
341.600 divórcios concedidos em primeira instância e sem recursos ou por
escrituras extrajudiciais. O número representa redução de 1,4% em relação a
2011, quando haviam sido concedidos 351.153 divórcios.
A taxa geral de divórcio no país era de 2,5 para
cada mil habitantes, contra 2,6 em 2011. Naquele ano, houve crescimento de 45,6%
em relação a 2010, quando haviam sido registrados 243.224 divórcios.
O aumento expressivo de 2010 foi atribuído à
mudança na Constituição Federal que derrubou o prazo para se divorciar,
tornando esta a forma efetiva de dissolução dos casamentos, sem a etapa prévia
da separação.
Com a mudança, em 2011 o Brasil registrou a maior
taxa de divórcios desde 1984, quando foi iniciada a série histórica das
Estatísticas do Registro Civil, e houve uma queda de três anos no tempo médio
transcorrido entre a data do casamento e a da sentença de divórcio desde 2006 –
de 18 anos para 15 anos.
Ainda assim, a taxa geral de divórcios permaneceu
acima do patamar anterior à alteração legal, segundo a pesquisa. “A cada época
em que ocorreu alteração na legislação sobre divórcios houve elevação do
patamar das taxas de divórcios”, afirma o IBGE, que cita o ano de 1989, quando
foram reduzidos prazos mínimos para iniciar os processos, e o de 2007, com o
divórcio por via administrativa.
Distrito Federal (4,4), Rondônia (4) e Mato Grosso
do Sul (4) apresentaram as maiores taxas. Piauí (1,3) e Amapá (1,3), as
menores.
Houve mais divórcios entre casais com idades de 30
a 49 anos. As taxas de divórcios das mulheres são mais elevadas que as dos
homens nas idades mais jovens, até 34 anos, e menores acima de 35 anos.
Em 2012, 87,1% dos divórcios concedidos no Brasil
tiveram a responsabilidade pelos filhos delegada às mulheres contra 6% que
tiveram a guarda compartilhada. “A guarda compartilhada ainda é uma situação
pouco observada no país, porém crescente”, diz o IBGE.
O Paraná foi o estado com o maior percentual de
divórcios nos quais os filhos tiveram sua guarda compartilhada. A guarda dos
filhos pelos homens variou de 2,1%, em Sergipe a 10,1%, em Roraima.
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