Brasília – O peso dos
impostos no bolso dos brasileiros atingiu 35,85% em 2012, percentual recorde. O
patamar é 0,54 ponto percentual superior aos 35,31% registrados em 2011,
segundo dados divulgados hoje (20) pela Receita Federal.
Segundo a Receita, no
período houve incremento de 2,44% na arrecadação da União, estados e
municípios, o que contribuiu para o aumento da carga tributária. Além disso, os
tributos que mais pesaram foram as contribuições para a Previdência Social e
para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
De acordo com Othoniel
Lucas, coordenador-geral de Estudos Econômico-Tributários e de Previsão e
Análise de Arrecadação da Receita, a contribuição previdenciária e o FGTS,
vinculados à folha de pagamento, refletem o aumento da massa salarial. Já a
alta do peso do ICMS na carga tributária estaria vinculado à um crescimento da
venda de bens e serviços no país. O levantamento divulgado pela Receita mostrou
ainda que a participação de tributos federais na arrecadação recuou de 70% para
69%, de 2011 a 2012. De acordo com o coordenador, o motivo foram as
desonerações concedidas pelo governo. "O grande incremento foi nos estados
e municípios", destacou.
A Receita Federal
divulgou a carga tributária líquida, descontadas transferências assistenciais,
previdenciárias e subsídios, que ficou em 19,82% em 2012, contra 20,17% em
2011. O coordenador-geral de Política Fiscal da Secretaria de Política
Econômica do Ministério da Fazenda, Jeferson Bittencourt, explicou que esses
repasses envolvem programas como o Bolsa Família. "O governo transferiu
mais para a sociedade do que coletou de impostos. É comum países que têm uma
rede de proteção tão ampla quanto a do Brasil acabarem tendo carga tributária
mais alta", disse.
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