Uma comitiva liderada
pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pela
Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) farão visita aos detentos em
greve de fome na Central de Custódia de Presos de Justiça de Pedrinhas, em São
Luís. O objetivo é intermediar o diálogo com o governo do estado.
De
acordo com o Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário do Estado do
Maranhão (Sindspem), entre 100 e 150 presos estão em greve de fome desde às 12h
dessa segunda-feira (13), em três pavilhões da CCPJ de Pedrinhas. O protesto
teve início com a visita da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal ao
Complexo de Pedrinhas. Os detentos querem a saída da Polícia Militar de dentro
dos presídios.
“Eles
reivindicam a saída da PM dos presídios porque não estão mais entrando drogas,
armas, como era antes. Acabaram as regalias. O Estado sabe de tudo, mas finge
que não sabe o que está acontecendo”, disse o vice-presidente do sindicato dos
agentes penitenciários, César Bombeiro.
De
acordo com o vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MA, Rafael
Silva, a data da visita não será divulgada por uma questão de estratégia.
“Estamos estudando ainda se a Sejap será comunicada, pois estão havendo
impedimentos de acesso. O problema chegou a esse grau porque o Estado
claramente não tem política, ideia, disposição, interesse, em lidar com essa
questão da segurança pública de uma maneira aprofundada. Eles estão acuados
pela mídia nacional e internacional. Eles estão buscando uma forma de legitimar
o seguinte discurso: o problema é o crime organizado, sem qualquer relação com
a falta de política pública estadual”, disse.
Silva
afirmou que há meios para a situação do sistema carcerário no Maranhão, mas que
precisam mexer em toda a estrutura do governo. “Há alternativas, mas é preciso
mexer até mesmo com a maneira que o governo do estado vê esse problema. Agora
adotaram um discurso ameaçador para entidades de direitos humanos, tentando
atrelá-las ao incentivo ao crime. Estão colocando em risco os defensores dos
direitos humanos. Nós já percebemos isso e o governo do estado precisa ter mais
responsabilidade para tratar da questão dos direitos humanos”, concluiu.
O
G1 entrou em contato com a diretora da unidade prisional, Maria Ilma, mas ela
não quis se pronunciar sobre o assunto. Uma nota sobre assunto também foi
solicitada ao Governo do Estado.
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