Um
dia depois de ter recebido duras críticas do adversário tucano Aécio Neves, a
presidente Dilma Rousseff fez um discurso otimista e, como ela própria
classificou, "com determinação" sobre a economia. "O Brasil
nunca esteve tão preparado", disse, em entrevista a rádios de Pernambuco,
onde anunciou nesta terça-feira R$ 1,9 bilhão de investimentos em mobilidade
urbana, visitou as obras da Refinaria Abreu e Lima e inaugurou a plataforma
P-62, no município de Ipojuca.
"O governo está atento ao que está acontecendo no mundo. Os
Estados Unidos estão se recuperando, com crescimento do emprego e da indústria.
Se isso acontece é bom para o Brasil e para o mundo", disse. Apesar disso,
a presidente disse que o País "está atento e preparado" para
eventuais turbulências nos mercados financeiro e internacional. "Queremos
que a tormenta seja rápida e não tenha efeitos graves sobre nós. Vamos
tranquilamente – falo com aquela determinação que a tranquilidade dá –
enfrentar esse momento de dificuldade. Não há nada hoje que o Brasil não possa
assegurar".
A presidente ressaltou ainda o volume de ingresso de capital
estrangeiro no País, o controle da inflação – que, segundo ela, deverá fechar o
ano dentro da meta –, o que coloca o País em uma situação privilegiada para
enfrentar possíveis adversidades no campo da economia em 2014. E lembrou que o
Brasil é um dos quatro países que mais recebem investimentos diretos
estrangeiros. Segundo o senador Aécio Neves, que apresentou ontem 12
pontos-chave que servem como base de uma nova agenda do PSDB para o País, o
governo petista colocou em risco conquistas de dez anos atrás e hoje o País
"está no final da fila".
Dilma Rousseff também criticou, durante a entrevista, o
oportunismo da oposição quanto ao programa Mais Médicos. A alfinetada veio por
conta da inclusão da continuidade da ação implantada pelo governo federal no
programa do PSDB, que também inclui o Bolsa Família. "No início dele
[referindo-se ao programa Mais Médicos], na hora que era difícil, não estavam
nos apoiando", disse a presidente para emendar logo em seguida que "na
hora em que está dando certo é que vêm apoiar".
Dilma procurou evitar, no entanto, críticas diretas a Aécio.
"Não estou falando do senador [Aécio Neves], estou falando do partido do
senador. Fizeram críticas bastante ácidas", disse a presidente. Durante a
entrevista, que durou cerca de 25 minutos, ela disse não ter muita certeza de
que a bancada de oposição teria votado favoravelmente ao Mais Médicos. "Se
votaram, agradeço porque votaram. Porque é uma prova de que a oposição não pode
ser do quanto pior, melhor", disparou. "A gente teria ficado muito
agradecido se tivessem nos apoiado naquela hora. Agora que o programa está
dando certo é óbvio que vão apoiar", afirmou.
Sobre o Bolsa Família, um outro ponto destacado como alvo de
continuidade no documento de 12 pontos de governo divulgado pelo PSDB, Dilma
também foi ácida. "É sempre bom ver que eles (a oposição) reconhecem
alguma coisa. Durante algum tempo o Bolsa Família foi chamado de Bolsa Esmola.
E hoje não chamam de Bolsa Esmola porque sabem o reconhecimento internacional
que esse programa tem", declarou.
A presidente observou, ainda, que o governo federal mantém
programas de ensino técnico e profissionalizante, como o Pronatec, que permitem
que os beneficiários do Bolsa Família possam deixar o programa na medida em que
forem inseridas no mercado de trabalho. Somente neste ano, cerca de 850 mil
pessoas deverão ser formadas pelo Pronatec.
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