São
Paulo - Apesar de ter conseguido uma evolução significativa nos itens avaliados
pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), o Brasil ainda
está nas posições mais baixas do ranking. Entre os 65
países comparados, o Brasil ficou em 58º lugar. No entanto, desde 2003, o
Brasil conseguiu os maiores ganhos na performance em matemática, saindo dos 356
pontos naquele ano e chegando aos 391 pontos em 2012, segundo os dados
divulgados hoje (3).
A
avaliação, feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), é aplicada a jovens de 15 anos a cada três anos. A pesquisa mede o
desempenho dos estudantes em três áreas do conhecimento – leitura, matemática e
ciências. Em 2009, o Brasil ficou na 54ª posição no ranking.
Entre
os pontos destacados em relação ao Brasil também está o aumento percentual de
estudantes matriculados. De acordo com o estudo, em 2003, 65% dos jovens com 15
anos frequentavam a escola. Em 2012, o país conseguiu matricular 78% dos
adolescentes nessa faixa etária.
"Não
só a maioria dos estudantes brasileiros melhorou o desempenho, mas também o
Brasil aumentou a taxa de matrículas nas escolas primárias e secundárias",
informa o relatório. Segundo o texto, as taxas de escolaridade para jovens de
15 anos aumentaram de 65% em 2003 para 78% em 2012. "Muitos dos alunos que
agora estão incluídos no sistema escolar vêm de comunidades rurais ou famílias
socioeconomicamente desfavorecidas, de modo que a população de alunos que
participaram na avaliação do Pisa 2012 é muito diferente da de 2003",
destaca o documento .
Mesmo
com a evolução dos alunos em relação à matemática, o Brasil ainda está abaixo
da média da OCDE, ficando no patamar de países como a Albania, Jordânia, Argentina
e Tunísia. Comparando com a América Latina, a performance brasileira está
abaixo do Chile, México, Uruguai e da Costa Rica. Porém, o país se saiu melhor
do que a Colômbia e o Peru. A pesquisa ressalta que metade dos ganhos obtidos
pelo Brasil em matemática se deve ao desenvolvimento econômico, social e
cultural dos estudantes.
Apesar
dos avanços, o Pisa mostra que há desafios em relação ao aprendizado de
matemática. Na área, são seis os níveis de proficiência, sendo que o sexto
nível é atingido apenas por 4,2% dos estudantes dos países que participaram do
exame. A média brasileira atinge apenas o nível 1. Em um gráfico mais detalhado
é possível observar que pouco mais de 60% dos estudantes brasileiros que
participaram do exame estão no nível 1 ou abaixo dele. Pouco mais de 20%
atingiram o nível 2. A porcentagem de estudantes que atingiu os níveis de 3 a 6
não chega a 20%.
Em
leitura, o Brasil subiu de 396 pontos em 2000 para 410 pontos em 2012,
colocando o país no mesmo patamar da Colômbia, da Tunísia e do Uruguai, abaixo
da média da OCDE. Na América Latina, os estudantes brasileiros tiveram
performance inferior aos colegas chilenos, costa-riquenhos e mexicanos. Mas, se
saíram melhor do que os argentinos e peruanos. O estudo atribui a evolução do
Brasil nesse item somente aos avanços econômicos e sociais no período.
A
pesquisa mostra que 49,2% dos estudantes brasileiros conseguem, no máximo
entender, a ideia geral de um texto que trate de um tema familiar ou fazer uma
conexão simples entre as informações lidas e o conhecimento cotidiano. Apenas
um em cada duzentos alunos atinge o nível máximo de leitura. Ou seja, cerca
0,5% dos jovens são capazes de compreender um texto desconhecido tanto na forma
quanto no conteúdo e fazer uma análise elaborada a respeito.
Em
ciências, o desempenho brasileiro também ficou abaixo da média, no nível da
Argentina, Colômbia, Jordânia e Tunísia. O Brasil ficou, nesse item, atrás do
Chile, da Costa Rica, do Uruguai e do México, mas à frente do Peru. Desde 2006,
a performance brasileira saiu dos 390 pontos e chegou aos 405 em 2012. O estudo
mostra que cerca da metade dessa evolução deve ser atribuída a mudanças
demográficas e socioeconômicas da população.
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