Justiça
com as próprias mãos termina em morte no Guarujá; marido diz que mulher foi
confundida
Após
boato em rede social, ‘justiceiros’ podem ter assassinado pessoa errada
Fabiane
Maria de Jesus após ser espancada pelos justiceiros (foto: Reprodução/Facebook)
Pelo
país, seguem as práticas de linchamentos públicos contra pessoas acusadas de
crimes. No último sábado (3), Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, foi espancada
por moradores do bairro Morrinhos, no Guarujá, no litoral de São Paulo. A
vítima morreu ontem (4), no hospital.
Fabiane
foi acusada, em uma página do Facebook, de sequestrar crianças para prática de
magia negra. Segundo o seu companheiro, o porteiro Jaílson Alves das Neves,
houve um equívoco.
“Começou
com um boato na internet. Eles colocaram uma foto de uma pessoa parecida e todo
mundo achou que era ela. Quando ela voltou para o bairro, a cercaram e
começaram as agressões”, afirmou Jaílson.
Pela
internet, moradores da região se manifestaram afirmando que Fabiane sofria de
transtorno bipolar e era inocente. Jaílson confirmou que a companheira
enfrentava um tratamento por conta da doença.
A
página responsável pela acusação é a “Guarujá Alerta”.
No perfil, diversas pessoas se manifestam contrarias à acusação feita contra
Fabiane. “Boatos não podem ser propagados, pois podem gerar exatamente o que
aconteceu, a morte de uma inocente. Pelo jeito, o jurídico de vocês vai ter
bastante trabalho, pois indubitavelmente essa página está suja com o sangue de
uma pessoa inocente…”, afirma Fernando Gomes Camacho.
A
imagem divulgada pelo “Guarujá Alerta” já foi removida da página e os
administradores reconheceram que era um boato e que “orientaram” a população de
que havia apenas uma suspeita.
Até
o momento, nenhum morador foi preso por causa das agressões. Nos vídeos, é
possível identificar dezenas de “justiceiros” envolvidos nos ataques a Fabiane.
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