O titular da Promotoria de Justiça da Comarca
de Vargem Grande (a 173 km de São Luís), Benedito de Jesus Nascimento Neto,
ajuizou, em 27 de fevereiro, Ação Civil Pública, com pedido de liminar, contra
o Estado do Maranhão, requerendo a interdição imediata da delegacia de Polícia
Civil do município.
ara
sentenciados, vindos de três municípios e da Comarca de Itapecuru-Mirim.
Dos presos da delegacia, doze cumprem pena em regime semiaberto,
que permanecem à noite em cela improvisada e separada das demais, sem
vigilância adequada. “Todas as celas são insalubres e precárias, com
instalações improvisadas e sem ventilação adequada, em condições subumanas”,
relata o representante do MPMA, na ação.
DESVIO DE FUNÇÃO
Como o município de Vargem Grande não tem sistema de esgoto, os
próprios policiais improvisaram a construção de uma fossa séptica na parte
externa ao muro da delegacia, impossibilitando o trânsito no local. “Além
disso, a fossa é localizada próximo à cozinha da delegacia, comprometendo a
preparação e a qualidade da alimentação fornecida aos presos”, afirma
Nascimento Neto.
As atividades da delegacia também sofrem com o reduzido
contingente policial, o que acarreta a precariedade da vigilância dos presos.
Apenas um investigador permanece de plantão, que também atua na condução de
presos ao Fórum, no atendimento médico e na entrega de intimações. Além disso,
o investigador é auxiliado por guardas municipais, que exercem a função de
carcereiros, sem preparo para a segurança da unidade policial.
Outro
problema é que a revista dos familiares dos presos em dia de visita é
prejudicada pela falta de policiais civis ou servidores públicos do sexo
feminino. “Não há investimento em infraestrutura de pessoal ou material capaz
de atender aos presos e às finalidades da pena, em pleno desrespeito à
integridade moral dos detentos, provisórios e reeducandos”, finaliza.
PEDIDOS
Na Ação, além da interdição da delegacia, o promotor requer a
remoção imediata da delegacia dos presos provisórios e condenados para unidades
adequadas, em prazos determinados pela Justiça, e a proibição, igualmente
imediata, de receber novos presos.
O representante do Ministério Público também solicita que seja
estipulada multa por descumprimento em R$ 20 mil diários.
Outro pedido é que, ao final do julgamento da ação, que o Estado
do Maranhão seja condenado à construção de nova unidade prisional no município.
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