SÃO
LUÍS – A crise no sistema carcerário do Maranhão continua provocando situações
inusitadas. Por falta de cela feminina na Delegacia Regional de Codó, distante
220 quilômetros da capital, uma acusada de tráfico de drogas está há nove dias
sendo algemada em uma cadeira, à espera de uma vaga no Presídio Feminino do
Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.
Com
prisão preventiva decretada pela justiça, Clenúbia de Souza, de 29 anos, foi
presa na noite do dia 19 de fevereiro com o seu companheiro, Juscelino Borges
da Silva. A polícia flagrou a dupla com 14 pedras de crack.
Desde
então, Clenúbia não saiu do corredor da Delegacia Regional de Codó e está
algemada a uma cadeira a espera de uma vaga em uma prisão feminina. Ela diz que
passou as duas últimas noites na mesma posição e até para fazer suas
necessidades fisiológicas precisa ser acompanhada por carcereiros ao banheiro,
pela falta de estrutura. Seu companheiro está recolhido a uma cela na mesma
delegacia e também teve prisão preventiva decretada.
Segundo
o delegado regional de Codó, Rômulo Vasconcelos, até 22 de fevereiro de 2013,
todas as mulheres presas na regional eram transferidas para a delegacia de
Coroatá, cidade maranhense distante 178 quilômetros da capital, que tinha celas
femininas, porém esta delegacia foi destruída por um incêndio provocado pelos
presos durante um motim há pouco mais de um ano e nunca foi recuperada.
Superlotada,
a Delegacia Regional de Codó foi projetada para receber apenas presos que
estavam sendo interrogados, porém suas duas celas hoje abrigam cerca de 20
presos de três cidades – além de Codó, há homens presos em Timbiras e Coroatá.
Sem
alternativas para as mulheres, as detidas ficam esperando por vagas em
presídios de outras cidades, como é o caso de Clenúbia. “Nós não temos celas
femininas em Codó e estamos esperando que essa vaga seja aberta em São Luís”,
disse Vasconcelo
Um
fato curioso é que no início da crise do sistema carcerário maranhense,
autoridades maranhenses chegaram a cogitar a possibilidade de desativar o
Presídio Feminino do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, para dar mais espaço
para detenção de homens. Até o fechamento desta matéria o caso não havia sido
resolvido e a acusada continuava algemada a uma cadeira, no corredor da
Delegacia Regional de Codó.
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