A
governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), renunciou ao cargo na manhã de
hoje (9). Em cerimônia no Palácio dos Leões (sede do governo estadual), Roseana
entregou a carta-renúncia ao presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo
(PMDB). Melo assumirá o cargo de governador num “mandato tampão”, que termina
no dia 31, porque o vice-governador, Washington Luiz Oliveira (PT), foi nomeado
conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão em dezembro do ano
passado.
Em seu breve discurso, Roseana
Sarney fez um balanço de suas quatro gestões como governadora – com destaque
para a última – e enfatizou, por duas vezes, que sua renúncia não é uma
despedida da vida política. “Isso não é um discurso de despedida”, disse Roseana
no início do discurso, para no final reforçar: “Não digo adeus, esse é o meu
estado”.
Na última eleição, Roseana
desistiu de disputar o Senado, como esperava seu grupo político.
Ao sair do
governo antes do último dia do mandato, Roseana Sarney evita passar a faixa
para seu sucessor, Flávio Dino (PC do B), que derrotou nas urnas, em outubro,
no primeiro turno, com 63,52% dos votos, o candidato Lobão Filho (PMDB),
apoiado pela governadora.
Roseana já
havia anunciado a renúncia para este mês, mas a adiou duas vezes – nos dias 5 e
9. As duas “renúncias à renúncia” geraram especulações e expectativas no meio
político maranhense.
O GLOBO
apurou que a agora ex-governadora tem planos de se afastar não só do governo do
Maranhão, mas também do país, tirando férias de ao menos três meses na Flórida
(EUA).
Em nota
divulgada na noite de ontem (9), Roseana classificou seus quatro mandatos como
governadora do Maranhão como “anos de muito trabalho” e afirmou que “agora, por
recomendações médicas” se recolherá a “um descanso necessário”, pelo bem de sua
saúde.
Ela também
agradeceu “aos maranhenses e àqueles que escolheram o estado para viver”.
Veja a íntegra da nota:
“Foram
anos de muito trabalho. Nos últimos meses, cumpri uma extensa agenda de
visitas, vistorias e inaugurações de obras em dezenas de cidades do Maranhão.
Agora, por recomendações médicas, me recolho para um descanso necessário, pelo
bem da minha saúde. Aos maranhenses e àqueles que escolheram nosso estado para
viver, o meu muito obrigada por terem me dado a honra de representá-los. Peço a
Deus que abençoe a todos e que ilumine os nossos futuros governantes.”
PROPINA – Roseana
Sarney foi citada pela contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza, em
depoimentos à Polícia Federal e à CPMI da Petrobras, que revelou um suposto
pagamento de propina à governadora por conta do pagamento de precatórios do
governo do Maranhão à Constran. Poza afirmou ter se reunido, juntamente com
Youssef, com o então secretário da Casa Civil do Maranhão, João Guilherme
Abreu. O interesse da Constran era receber R$ 123 milhões em precatórios.
Segundo a
contadora, ficou acertado o pagamento de propina de R$ 6 milhões, por conta de
um acerto para parcelamento dos precatórios em 24 vezes. Uma das remessas foi
levada por Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro das Cidades Mário
Negromonte. O valor foi de R$ 300 mil. A pessoa que recebeu o dinheiro teria
reclamado da quantia e consultado a governadora Roseana para saber se o
montante deveria ser recebido.
“Adarico
esteve no meu escritório depois da prisão do Alberto. Ele disse que foi ao
Maranhão levar o dinheiro e que a pessoa afirmou que era pouco. Ela então teria
entrado em contato com a governadora para saber se ela concordaria em receber
os R$ 300 mil, e ela teria concordado”, disse a contadora.
Na época
da denúncia, em agosto passado, Roseana Sarney negou qualquer envolvimento com
recebimento de propinas.
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