As Estatísticas
do Registro Civil, divulgadas hoje (9) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), mostram que foram realizados no país, no ano
passado, 3.701 casamentos entre pessoas do mesmo sexo. A maioria dos casais
(52%) era formada por mulheres. São Paulo liderou o número de casamentos.
Esta é
a primeira vez que a pesquisa investiga o casamento entre pessoas do mesmo
sexo, graças à aprovação do Conselho Nacional de Justiça (Resolução nº 175) que
possibilita esse tipo de união.
Em
média, a idade dos casais homoafetivos foi 37 anos para os homens e 35 anos
para as mulheres. Nos registros de casamento entre pessoas de sexo diferente,
as idades ficaram em 30 anos para os homens e 27 para as mulheres. A maioria
era solteira ao se casar - 82,3% dos casais masculinos e 75,5% dos femininos
nunca haviam se casado antes.
O
Sudeste foi a região com o maior percentual de casamentos - 65,1%, seguida do
Sul, com 14,2%, do Nordeste, com 13,4%, do Centro-Oeste, com 5,8%, e do Norte,
com 1,5%. São Paulo detinha 80,8% dos registros.
O
superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos e coordenador do
Programa Estadual Rio Sem Homofobia, Cláudio Nascimento, e seu companheiro,
João Silva, foram os primeiros a ter a união convertida em casamento no estado
do Rio de Janeiro, em 2011. Hoje, ele ajuda a transformar em realidade o sonho
de centenas de casais homoafetivos. A superintendência promove desde 2011
cerimônias coletivas de casamento e de união estável, que já beneficiaram mais
de 500 casais. Em novembro foi celebrada a maior cerimônia desse tipo no porto do Rio.
“Aumenta,
cada vez mais, a procura de casais homoafetivos para formalizar a união, para
gerar mais segurança à relação, para adotar uma criança, aumentar a família,
comprar um patrimônio”, comentou Nascimento. “Não basta ter o direito, é
preciso dar à população LGBT condições de acesso a esses direitos, por isso
fazemos cerimônias coletivas”, acrescentou. Segundo ele, essas cerimônias
também servem para preparar oficiais e escrivães dos cartórios para a nova
realidade.
O
Supremo Tribunal Federal reconheceu em maio de 2011 a legalidade da união homossexual estável. Desde o ano passado, os casais
homoafetivos podem registrar casamento civil nos cartórios do Rio de
Janeiro.
Em todo
o país, os casamentos entre pessoas de sexo diferente aumentaram 1,1% em 2013,
na comparação com 2012, chegando a 1,1 milhão. O Sudeste concentrou a maior
parte - 48,2%.
Também
no ano passado, foram concedidos 324,9 mil divórcios em primeira instância e sem
recursos ou por escrituras extrajudiciais. O número representou queda de 4,9%
em relação a 2012, 16.679 divórcios a menos. A maior incidência foi percebida
nos casais com idade entre 40 e 44 anos para as mulheres e 45 e 49 anos para os
homens.
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