Menos
de 24 horas depois de apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a
tentativa do PSDB de ganhar as eleições no tapetão foi contestada pela Justiça
Eleitoral. Pedido feito ontem pelo coordenador jurídico do partido, deputado
Carlos Sampaio (PSDB-SP), para que houvesse uma auditoria especial no sistema
eleitoral foi descrito como "incabível" nesta sexta-feira 31 pelo
ministro João Otávio de Noronha, corregedor-geral da Justiça Eleitoral.
Sampaio
argumenta, em texto divulgado ontem, que fez "um pedido de
auditoria no sistema, com o acompanhamento do TSE e de técnicos indicados pelos
partidos, para evitar que esse sentimento de que houve fraude continue a ser
alimentado nas redes sociais", depois de anunciado o resultado das urnas
no último domingo 26, dando vitória à presidente Dilma Rousseff no segundo
turno da disputa.
"O que ele [Sampaio] não apresenta são fatos que possam
colocar em xeque o processo eleitoral. Está colocando ampassã. Isso não é
sério, então, não me parece razoável", comentou o ministro. "O
problema é que não estão colocando em xeque uma ou duas urnas, mas o processo
eleitoral. É incabível. Se você colocar em xeque o sistema eleitoral, aponte o
fato concreto que vamos apurar", completou.
Em entrevista concedida à Rádio Jovem Pan nesta sexta, Carlos
Sampaio voltou a dizer que o pedido do PSDB "nada tem a ver com
pedido de recontagem [de votos] ou com questionamento do resultado".
"Não estamos apontando fraudes ou erros", disse. Segundo ele, a
ação envolve o pedido de indicação de técnicos do TSE para que, juntamente com
técnicos dos partidos, possam "fazer uma auditoria no sistema, de modo a
evitar que o sentimento de que houve fraude continue a ser alimentado nas redes
sociais".
Sampaio disse ainda que a representação trata de uma tentativa
de defesa do próprio TSE, pois "milhares de eleitores" estariam
questionando a postura do tribunal. "O que eu pretendi unica e
exclusivamente foi evitar que milhares de eleitores continuassem a colocar em
xeque a postura do TSE", afirmou. Esse sentimento de desconfiança
"não é saudável para a democracia", disse ele.
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