Com a experiência de oito
mundiais, o irlandês Daniel Sheahan, de 55 anos, não pestaneja: “a atual Copa
do Mundo está sendo a melhor de todas”. A opinião de Sheahan é compartilhada
por diversos turistas que, como ele, já participaram de outras edições do torneio.
“Não que tudo esteja perfeito. Em todas as copas às quais fui, houve algum tipo
de problema, como preços altos, dificuldades com transporte ou roubos. Mas isso
faz parte de um evento desse porte”, disse àAgência Brasil o irlandês, que já teve a
mochila roubada em duas edições do torneio.
“Isso
foi na Copa da França, quando duas pessoas pegaram minha mochila e fugiram em
uma moto, e na dos Estados Unidos, quando em um momento de distração levaram
minha mochila”, lembrou. “No caso da França, um amigo meu passou pelo mesmo
problema. Ao que parece, era uma quadrilha de motoqueiros especializados nesse
tipo de roubo”, acrescentou.
Fã do
futebol brasileiro, o irlandês sempre deu preferência aos jogos do Brasil, mas
nem sempre foi possível assisti-los, porque existem outros pontos de interesse.
“Esta Copa realmente tem muitas coisas especiais. Compará-la à da África do Sul
é até covardia – o barulho das vuvuzelas era insuportável e estragava o clima
do estádio. Para piorar, de todas as vuvuzelas saía muita saliva, o que era
bastante preocupante porque a incidência de doenças como tuberculose é muito
grande naquele paí.s.
Por
aqui, não: os brasileiros procuram se divertir sem incomodar os outros.
“Nota-se claramente uma grande vontade de tornar tudo especial. Isso não
aconteceu na Copa da Alemanha, porque, apesar de muito educados, os alemães
costumam ser frios na relação com turistas”. Além das quatro copas citadas –
Estados Unidos, em 1994; França, em 1998; Alemanha, em 2006; e África do Sul,
em 2010 – e da atual, Daniel Sheahan foi às copas da Espanha, em 1982; do
México, em 1986; e da Itália, em1990.
Impressão
parecida tem o equatoriano José Bastidas, de 31 anos. “Não é apenas a vontade
dos brasileiros de ajudar os turistas. Aqui há muito mais festas e uma
comunicação mais fácil, até pelas semelhanças com outras línguas. É mais fácil
entendermos e sermos entendidos pelos brasileiros”, disse ele.
A Copa
de 2014 é a quarta do suíço Domenique Brenner, de 40 anos. “Na comparação com
as de 1998, 2006 e 2010, esta é a melhor, porque está sendo disputada no melhor
lugar e com as melhores pessoas”, afirmou. “A organização do evento é sempre
bastante similar, porque envolve a mesma estrutura, que é a estrutura da Fifa.”
A maior crítica de Brenner é em relação aos caixas rápido dos bancos no Brasil,
que tem usado para evitar a ida a casas de câmbio. “Muitas dessas máquinas não
têm aceito cartões internacionais”, queixa-se.
Brenner e outros suíços entrevistados pela Agência Brasil reclamam do preço dos restaurantes nas cidades sede e das bebidas nos estádios. “Apesar de muito bons, os restaurantes são muito caros. Principalmente as churrascarias”, disse Brenner. Já Denis Rapin, 47, avalia que nem tudo é tão caro, levando em consideração o fato de que se trata de uma Copa do Mundo. Ele viaja com um grupo de 20 pessoas.
Brenner e outros suíços entrevistados pela Agência Brasil reclamam do preço dos restaurantes nas cidades sede e das bebidas nos estádios. “Apesar de muito bons, os restaurantes são muito caros. Principalmente as churrascarias”, disse Brenner. Já Denis Rapin, 47, avalia que nem tudo é tão caro, levando em consideração o fato de que se trata de uma Copa do Mundo. Ele viaja com um grupo de 20 pessoas.
Para
Rapin, os preços cobrados na cidade não são tão altos quanto imaginava. “Quem
cobra caro aqui é a Fifa. Principalmente a cerveja nos estádios”, disse. “Esta
é a minha primeira Copa do Mundo, mas não será a última. Esses dias têm sido
muito agradáveis. A receptividade e a amabilidade dos brasileiros realmente
impressiona. Todos muito amigáveis, desde o taxista até os profissionais da
área de turismo. Em Brasília [onde assistiu à partida, entre Suíça e Equador],
senti falta de bares mais festivos. Acho que o que falta aqui são bares típicos
especializados em cachaça”.
Dona de uma lanchonete na Torre
de TV, chamada GO Minas, Elza Alve Lobo não fala inglês, mas usa de muita
simpatia para compensar essa limitação, além de ter preparado um cardápio em
português, inglês, francês e espanhol. "Faço questão de conversar ou
tentar conversar com todos. O clima é de muito entusiasmo, muita alegria."
Viajando há sete meses pela América do Sul, Andre Urech, de 34 anos, vem pela primeira vez ao Brasil, onde assiste à segunda Copa do Mundo. A primeira foi na África do Sul. “Está tudo tão bom que já decidimos: voltaremos o quanto antes ao Brasil. Simplesmente estamos amando as pessoas daqui”, disse ele, ao lado da companheira de viagem Ramona Rüegg, que também foi à Copa de 2010. Ela faz coro: “a atmosfera aqui é muito melhor, e as pessoas muito mais amigáveis.”
Os dois
elogiam a organização do evento, apesar da dificuldade que vêm tendo com
transporte público. “Demorou cerca de 30 minutos para pegarmos um ônibus, e o
táxi está muito caro”, contou Urech. “Mas tudo faz parte do clima e do
sentimento que envolve uma Copa do Mundo”, completou. A exemplo de outros
suíços que assistiram ao jogo contra o Equador, o casal reclama principalmente
da dificuldade para comprar cerveja. “A fila é muito grande e faz a gente
perder muito tempo do jogo. Mas isso também aconteceu na África”, disse ele.
Dirigente do Barcelona de Guayaquil, no Equador, Carlos Rodríguez também avalia esta como a melhor Copa de todos os tempos. “É muito superior tanto dentro como fora de campo”, disse.
Dirigente do Barcelona de Guayaquil, no Equador, Carlos Rodríguez também avalia esta como a melhor Copa de todos os tempos. “É muito superior tanto dentro como fora de campo”, disse.
“Uma
coisa que me chama a atenção é o fato de ela [Copa] estar sendo totalmente
diferente do que vinha sendo mostrado pela imprensa. O Brasil é 100% no que se
refere a receber turistas. Tudo é perfeito: a hospitalidade, a estrutura. Além
disso, há muito amor e alegria no ar. Viemos para cá justamente para desfrutar
desse clima de Copa”, afirmou Rodríguez.
O publicitário colombiano Héctor Greco, de 33 anos, também foi surpreendido positivamente pelo Mundial brasileiro. “Eu esperava muito menos. O que mais me surpreendeu foi a troca de cultura entre os países em um clima de competitividade sem brigas. É uma oportunidade única de conhecer o mundo em um só lugar.”
O publicitário colombiano Héctor Greco, de 33 anos, também foi surpreendido positivamente pelo Mundial brasileiro. “Eu esperava muito menos. O que mais me surpreendeu foi a troca de cultura entre os países em um clima de competitividade sem brigas. É uma oportunidade única de conhecer o mundo em um só lugar.”
Ele
lamenta as grandes distâncias que têm de ser percorridas para que se possa
acompanhar os jogos. “As passagens de avião são caras, é difícil ir de ônibus e
infelizmente não há uma cultura de transporte de passageiros por meio de trens
no Brasil”. Para o publicitário, a hospedagem também está muito cara: “pagamos
R$ 21 mil para alugar, por um mês, um apartamento no Rio de Janeiro”.
Já o
cirurgia plástico e cônsul honorário do Equador em Campinas, Oswaldo Vallejo,
de 56 anos, já gastou, entre passagens, hospedagem e ingressos para os jogos,
mais de R$ 18 mil para ter sua primeira experiência em Copa do Mundo. “Conheço
pouco Brasília porque cheguei há apenas um dia, mas o deslocamento do hotel até
o estádio foi bastante fácil, pela proximidade. Esta realmente é uma grande
vantagem para a cidade”, disse ele, em meio a elogios em relação à divulgação,
às placas e aos voluntários “proativos e sempre tentando ajudar até mesmo nas
situações em que não precisamos.”
Depois de enfrentarem mais de 8
mil quilômetros de viagem por ônibus, vindos de Quito, no Equador, o
administrador Paul Tamayo e os engenheiros Alvaro Granda e Edgar Baculima
optaram por acampar na Universidade de Brasília (UnB). Tudo, para assistir à
estreia do Equador na Copa. O perrengue não diminuiu o entusiasmo: "O
Brasil é muito bonito, assim como as pessoas", observou Tamayo. Perguntado
sobre os preços na capital, Granda respondeu: "de preços, não falamos.
Viajar até aqui foi bastante duro, mas, com a vontade de ver o Equador jogar,
tudo fica mais fácil”.
Quem também viajou muito para viver a experiência da Copa foi o australiano Victor Vu, de 28 anos, na esperança de ver algum país asiático ou africano vencer a competição. “Torço principalmente para a Costa do Marfim por causa do [atacante] Drogba, de quem sou fã. Mas o que realmente me motivou a vir foi a boa reputação que o Brasil tem lá do outro lado do mundo, especialmente no que se refere a festas."
Quem também viajou muito para viver a experiência da Copa foi o australiano Victor Vu, de 28 anos, na esperança de ver algum país asiático ou africano vencer a competição. “Torço principalmente para a Costa do Marfim por causa do [atacante] Drogba, de quem sou fã. Mas o que realmente me motivou a vir foi a boa reputação que o Brasil tem lá do outro lado do mundo, especialmente no que se refere a festas."
Apesar
de seu país não ter se classificado para a Copa, Jan Kolin, da República Checa,
quis vir ao Brasil para vê-la sendo realizada “no país mais bem-sucedido” no
mundo do futebol. “Desde criança eu sonhava em ver uma Copa. Quando soube que
ela seria no Brasil, decidi tornar esse sonho realidade”, contou Kolin, que
enfrenta problemas de comunicação, já que, segundo ele, poucos falam inglês no
Brasil.
Os
peruanos Marcial Olano, de 55 anos, e Hérman Chávez, de 45, também não
precisaram da participação de sua seleção no Mundial para decidirem curtir a
Copa no Brasil. “Queremos que um país sul-americano ganhe porque somos povos
irmãos integrando uma mesma torcida”, disse Olano. Chávez veio para realizar o
sonho do filho Jared, que tem 13 anos. “Não esperávamos tanta organização. Isso
em muito nos surpreendeu. Está melhor do que havíamos sonhado. Não passamos por
nenhum tipo de problema, temos sido bem atendidos e a organização das cidades e
da Fifa está muito boa. Por isso já planejamos ir à Copa da Rússia para, se
tudo der certo, torcermos pela seleção de nosso país [Peru]”.
Pela primeira vez no Brasil, os
engenheiros Andres Navaez e Elizabeth Montenegro, ambos equatorianos, também se
dizem apaixonados por futebol. Por isso, já foram às copas da África do Sul e
da Alemanha. Segundo ele, Brasília carece de um atendimento mais eficiente aos
turistas. “Faltam informações até mesmo no Centro de Convenções, de onde
retiramos nossos ingressos. Lá não souberam nos informar sequer onde fica o
atendimento aos turistas", disse Elizabeth. “A sorte é que espanhol e
português são línguas parecidas", completou Navaez.
O suíço
Lionel Holzaer, de 30 anos, não é fã de futebol, mas adora festas e viagensr.
Segundo ele, o Brasil tem “boas condições” para receber os turistas. “Minha
maior dificuldade tem sido com o idioma”.
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