A nova regra sobre doação de
campanha eleitoral, com a possibilidade de proibição de doação de empresas para
candidatos e partidos políticos, não valerá para as eleições deste ano, disse
hoje (16) o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dias Toffoli. A
adoção da regra está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF).
Seis
dos 11 ministros do STF se posicionaram contrários a doação de pessoas
jurídicas para campanhas eleitorais e um a favor. A discussão está parada em
função de um pedido de vista da matéria. Com isso, analisou Toffoli, mesmo que
o julgamento seja retomado e firmada maioria sobre qualquer das duas
possibilidade, não há tempo hábil para aplicação da nova norma nas eleições de
outubro.
“É evidente que a esta altura,
eventual decisão do Supremo não será factível de aplicação nestas
eleições. Diante do processo se iniciando no dia 10 de junho, com as convenções
e a possibilidade, a partir daí, da abertura de contas de campanha. Não há
tempo hábil de se aplicar a decisão que prevaleça no STF”, disse Toffoli. “Este
é um tema que ficará para a discussão futura”, acrescentou.
A
discussão sobre a possiblidade de as empresas fazerem doações para campanhas é
um dos principais temas da reforma política, que há vários anos se arrasta no
Congresso. Em abril, a Comissão de Constituição do Senado aprovou projeto,
proibindo doações de empresas em dinheiro, ou por meio de publicidade, a
candidatos e partidos políticos. Se não houver recurso para votação pelo plenário
do Senado, a matéria será enviada à Câmara dos Deputados.
Paralelamente
a essa discussão, o Congresso Nacional pode aprovar uma lei, estabelecendo
limite de gastos nas campanhas, o que poderia baratear os custos dos pleitos
estaduais, distritais e federal.
“A Lei
9.504 estabelece que até o dia 10 de junho do ano da eleição poderá ser editada
lei que prevê teto de gastos das campanhas. A lei nunca foi editada pelo
Congresso. A lei diz que não havendo o teto com a previsão de gastos, é livre
aos partidos, coligações e candidatos, se estabelecerem o teto. Ora, se é
livre, o céu é o limite”, frisou Toffoli.
“Há uma
possibilidade, ainda tenho uma esperança que o Congresso aprove a lei com o
teto de gastos das campanhas para presidente da República, senador, governador,
deputados federais, distritais e estaduais”, acrescentou.
Para o
ministro, houve um “avanço significativo” em relação aos gastos eleitorais e a
prestação de contas das campanhas a partir da determinação da Justiça Eleitoral
para que os partidos divulguem, no início de agosto e de setembro, os seus
doadores de campanha.
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